terça-feira, 27 de julho de 2010

TELEPATIA


NÃO APENAS IDÉIAS, MAS TAMBÉM EMOÇÕES E SENTIMENTOS SÃO TRANSMITIDOS POR TELEPATIA

No sexto capítulo de seu livro, Henry Gris e William Dick contam como conseguiram contatar Yuri Kamensky, considerado o maio telepata da antiga União Soviética. Kamensky e seu companheiro Nikolaiev foram desmoralizados por uma revista oficial soviética. Mas a realidade de seus poderes paranormais é confirmada por alguns dos maiores parapsicólogos russos, que com eles realizaram testes não apenas de transmissão de idéias concretas, mas também de sentimentos e sensações, como calor, frio, medo, etc.

Por Henry Gris e William Dick


 
Procurávamos os famosos telepatas Yuti Kamensky e Karl Nikolayev. Este último continuava com os testes mesmo depois da investida da Gazeta Literária e achamos que ele seria o primeiro a aparecer. Mas ele sumiu. Diversas vezes nos disseram que ele não podia ser localizado, pois viajava com um grupo de teatro.
Apesar do fracasso do teste Moscou-Kerch, Kamensky apareceu por um curto período. Não trabalhava mais como telepata. Avisou que nos receberia, mas à ultima hora mandou dizer que estava com gripe. “Estar com gripe” na Rússia, é como “estar em reunião”, nos EUA.
“Vocês tem que compreender” , disseram-nos. Estes homens sofreram muito depois do teste da Gazeta Literária. As críticas os abalaram particular e publicamente. Hoje evitam publicidade”.
Mas decidimos tentar novamente, em Leningrado, num domingo pela manhã. Falaríamos com Kamensky pelo interurbano. Sabíamos o número de seu telefone em Moscou.
Estávamos sentados na suíte vermelha do hotel Astória quando conseguimos a ligação. Ouvimos o fone tocar e por fim alguém disse: “Kamensky falando”. Rapidamente ligamos o gravador e dissemos:

- Como vai, Yuri Ivanovich?
- Tudo normal. Sinto-me bem. Quem está falando? – respondeu alguém um tanto bruscamente.
- somos jornalistas americanos e estamos tentando falar com você há duas semanas. Estamos em Leningrado.
- Ah, sim... Eu sei... Como estão? – Kamensy respodeu. Sentimos que conversaria conosco, mas que estava desconfiado. Tínhamos que tomar cuidado.
- Estamos bem. Sabia que suas experiências com telepatia a longa distância são conhecidas fora da União Soviética?
- Sim.
- Muitos tem se interessado. Por tanto, se não se incomodar, poderíamos conversar um pouco sobre o assunto. Você vai continuar com este tipo de experiência?
(Silêncio). Depois, um pouco hesitante, mas mostrando um pouco mais de confiança, ele disse:
- Afastei-me desse tipo de trabalho. Fiz as experiências nas minhas horas de folga, mas meu trabalho hoje é duro e as horas são longas. Não tenho tempo.
- Mas, tendo esta rara faculdade, não acha que deveria continuar com as experiências?
Ele hesitou e disse:
- Sim. Este trabalho é importante.
Sua voz, que mostrava certa angústia, ficou mais firme.
“O que é importante é que os testes sejam feitos em níveis mais altos do que os que tentamos. As experiências foram feitas com entusiasmo, mas ficaram entre o amadorismo e o profissionalismo”.

TUDO COMEÇOU QUANDO EU TINHA DEZ ANOS

- Você não está sendo injusto consigo mesmo? Falamos com Sergeyev, Inyushin e Adamenko. Eles são cientistas sérios. Elogiaram suas experiências. Estudam a telepatia cientificamente.
Ouvimos um suspiro do outro lado da linha.
- O que você é diz é verdade. Mas o que vocês não compreendem é que só podemos chegar à “ciência” pelo governo. As experiências precisam ser feitas por instituições governamentais. E, como estas não existem, não temos onde fazê-las. Temos que trabalhar sozinhos, com coragem, entusiasmo, fé e convicção.
Sentia-se que sua rebeldia e sua força cresciam. E parecia que ele confiava em nós. Olhamos um para o outro e sacudimos a cabeça. Tínhamos que cruzar os dedos e esperar. Devíamos tentar fazê-lo falar mais um pouco?
- Como é que começou? Durante sua infância?
- Sim. Na infância. Eu tinha uns dez anos de idade. Não me lembro da ocasião. Os incidentes são insignificantes. Nossa família viajava pela União Soviética, mas eu passava a maior parte do tempo em Moscou. Também moramos na Sibéria e na Mongólia. Viajávamos com nosso pai.
- Seu pai transmitia seus pensamentos à você?
- Não. Geralmente eram meus amigos, quando estávamos juntos no mesmo quarto. Eu conseguia apanhar certas sensações. Meus amigos podiam estar falando de um certo autor e eu recebia um impulso. Ia até a prateleira e tirava um livro daquele autor. Ia até onde estava meu amigo, que o apanhava imediatamente e, abrindo numa página, lia a frase que procurava. Então, surpreso, olhava para mim e perguntava como é que eu sabia que ele precisava daquele livro. Nunca respondi. A verdade é que eu também não sabia. Apenas recebera e obedecera ao impulso que sentira.
- Onde é que encontrou Nikolayev?
- Ele estava interessado em telepatia antes de me encontrar. Certa ocasião, quando eu e alguns amigos discutíamos sobre telepatia, ele se juntou ao grupo. Concordamos em fazer algumas experiências. Começou assim. Só espero que o nosso trabalho não tenha sido em vão.
- O que é que você faz, Yuri? Qual é sua profissão?
- Sou bioquímico e trabalho num laboratório do governo.
- Então a telepatia nada tem a ver com sua profissão?
- Não.
- Mas você gosta de telepatia?
- Sim.
- Você tem tentado transmitir mensagens telepáticas em sua casa, para qualquer membro da sua família? Sergayev nos deu a entender que vocês fizeram isto pelo menos uma vez.
- O que ele quis dizer é que fiz isto com pessoas tão chegadas como se fossem da família. Eram pessoas interessadas em telepatia, colegas.
- Foi bem sucedido?
- Sim.
- Já sentiu alguém tentando comunicar-se espontaneamente, como uma voz no escuro?
- Não. Só depois de combinarmos os sinais. Tem que ser assim para conseguirmos resultados significativos. Em primeiro lugar, estabelecemos as circunstâncias; depois cuidamos dos detalhes. Temos que seguir um certo método. Nunca trabalhei sem um plano preestabelecido. A telepatia espontânea é inútil nas pesquisas científicas, embora aconteça. Sem controle adequado, não conseguimos estabelecer se é um contato telepático genuíno ou mera coincidência. As ocorrências espontâneas não me interessam.

O ERRO FOI NOSSO

- O teste Moscou – Kerch foi muito importante, não foi?
- Sim. Foi uma tentativa séria. Contudo, não estudamos a metodologia e os resultados foram negativos. Como você sabe, disseram que a experiência falhou, mas se isto aconteceu foi porque não havíamos estudado todos os detalhes do teste previamente.
- Não acha que a Gazeta Literária foi apressada em sua conclusão?
- Eles estavam certos, pois a transmissão não ficou provada. O receptor descreveu o que sentia, mas falou mais do que era necessário. Falou tanto que ele mesmo não distinguiu o necessário do supérfluo. As descrições foram mal feitas. Foi um detalhe que deveríamos ter previsto, mas não previmos. Outro detalhe é que, ao lado do receptor, havia alguém que conhecia o objeto que estava sendo transmitido. Foi um grande erro. Mas o erro foi nosso. Sem querer, essa pessoa poderia fazer uma transmissão ao receptor, causando confusão. Estas são as razões das confusões nos resultados.
- Eles compreenderam os erros cometidos. Não acha, pois, que deveriam ter feito outro teste?
- Eu não faria outro teste sem sentir se os resultados seriam positivos. Na qualidade de transmissor, essa experiência me prejudicou.
- Nos EUA não esperamos que um teste seja bem sucedido da primeira vez. As chances são remotas. A história da ciência mostra muitos casos de sucesso depois de centenas de experiências. Mas aqui exigem sucesso na primeira experiência?
- Sim. Mas já fomos bem sucedidos. Não é a primeira vez. Este foi um teste oficial muito importante.Tínhamos esperança de sucesso, mas depois daquele fiasco, não queremos arriscar. As repercussões são grandes e dolorosas. Temos que diferenciar entre uma apresentação pública e um teste com colegas, dentro do próprio círculo de amizades. A gente treina, tenta, usa um método, depois outro. Mas, quando se faz um teste como aquele, tem-se que ter absoluta certeza.
- Mas vocês vão continuar dentro de seu círculo de entusiastas?
- Não sei. È difícil para nós. Não sei se vou ter outra oportunidade mais tarde. Quando se tem que dar tanto tempo ao trabalho, é difícil dizer. Mas tenho fé na telepatia para a transmissão do pensamento. Isso é tudo o que tenho a dizer.
Sua voz, que momentos antes era forte e vibrante, tornou-se soturna. Era como se ele se perguntasse se não teria falado demais.
- Vou me despedir. Sinto não poder encontrá-los. Quem sabe na sua próxima visita à União Soviética.
Que comparação podíamos fazer entre esses quinze minutos de conversa telefônica e os quinze anos da grande polêmica sobre a telepatia? Sentimos que os minutos resumiram tudo: um homem sofrido disse num telefone público tudo o que pode a estranhos. Yuri Kamensky mostrou mais coragem e convicção do que esperávamos. Desejávamos conversar também com Nikolayev, mas compreendemos que se tratava de um homem cheio de preocupações e respeitamos seu desejo de não deixar registrado coisas que poderiam prejudicá-lo poseteriormente. Ambos precisavam de seus empregos. Kamensky era bioquímico. Nikolayev, ator. Nikolayev falara abertamente em outras ocasiões. Obtivemos uma fotocópia de uma entrevista sua a uma jornalista da Alemanha Oriental, que transcrevemos abaixo:

“Nikolayev é um ator; trabalha no teatro do distrito regional de Moscou. A companhia de artistas com a qual trabalha vai de teatro a teatro. Não tem uma posição definida no palco. É um ator profissional. A telepatia é seu hobby.
- Você acredita na telepatia?
- A gente acredita ou não acredita. Eu acredito. Assim como a noite segue o dia, para mim é evidente que a telepatia existe como um meio, uma ciência. Sinto isto em cada fibra do meu corpo. Em seguida, Nikolayev descreveu o que vê quando recebe mensagens telepáticas:
- Vejo interiormente algo que se assemelha a uma tela ou a uma pequena televisão. Nela aparece um contorno do objeto. De início é fraco, com se a televisão estivesse mal focalizada. Então o quadro penetra na minha mão e sinto que posso tocar o objeto estabelecendo a forma, o tamanho e a temperatura da superfície. Quanto melhor o toque, mas clara a imagem na TV.
Ao lermos a descrição, lembramo-nos das fotos da Gazeta Literária durante a infame experiência Moscou – Kerch, quando ele parecia estar apanhando um objeto invisível.

NÃO HÁ NADA DE ANORMAL NA TELEPATIA

“Como um iogue”, disse Nikolayev, “tento apagar os sons e a luz do meu consciente. É melhor quando não há muitas pessoas na sala preciso de menos energia para focalizar a imagem. O ideal é uma sala silenciosa com luz difusa”.
“Não há nada de extraordinário no que faço. Todas as pessoas tem faculdades telepáticas em maior ou menor grau. Não desenvolvemos estas faculdades porque não compreendemos seu mecanismo. Afinal de contas, quando o primeiro telefone foi inventado, era mágica para o homem uma voz sair de dentro daquilo. Em vinte ou cinqüenta anos, a telepatia fará parte do nosso dia a dia, exatamente como o telefone”.
Foi o Dr. Genay Sergeyev quem nos forneceu as melhores provas do sucesse da telepatia russa. Sem medo e desafiando os que se opunham, sergeyev ajudou a organizar diversos testes de telepatia a longas distâncias. Encontramo-nos com ele três vezes, sempre em Leningrado. Em primeiro lugar, Sergeyev analisou a experiência que precedeu o teste Moscou – Kerch, em um ano.
“Nikolayev é o maior receptor que temos. É muito sensível. Trabalhamos diversas vezes com ele, sob controle de laboratório e ele provou em diversas ocasiões que tem a faculdade de receber mensagens telepáticas”.
“Na experiência feita em 1967, com Kamensky e Nikolayev, entre Moscou e Leningrado, tentamos ver se sensações de excitamento, temos e dor poderiam auxiliar na transmissão telepática. Nessa experiência, kamensky induziu sua mente a sentir essas emoções. Pensou em medo ou dor e tentou transmitir as emoções a Nikolayev. Ambos foram ligados à eletrocardiógrafos e eletroencefalógrafos. Nikolayev não sabia qual o gráfico que seria enviado nem que o teste duraria uma hora. Não tentamos transmitir imagens, apenas emoções. Kamensky tramsmitiu dois tipos de mensagens: uma durou trinta segundos, a outra quarenta e cinco segundos. Nikolayev registrou suas reações”
“Durante uma hora, sete mensagens foram transmitidas: duas longas, duas curtas, duas longas, uma curta. Nikolayev registrou-as como sendo “três longas, uma curta, duas longas, uma curta”. Errou por uma”.
“Achamos que o teste foi bem sucedido. Provou a comunicação telepática. Outro detalhe: o cardiograma de Nikolaiev mostrou que seu coração reagiu quatro segundos antes da estimulação mental pela mensagem. As alterações no ritmo cardíaco de Nikolaiev aconteceram sete vezes, coincidindo com o envio das mensagens por Kamensky”.
“Em 27 de junho de 1973, fizemos um teste ainda mais rigoroso, com a transmissão de emoções. Nilolaiev sentou-se numa sala aberta no Instituto Médico de Leningrado. O transmissor, em Moscou, foi Anatoly Arvaskin, que participara conosco de outros testes. Segundo o programa, que era desconhecido de Nikolayev, Arvaskin enviaria mensagens telepáticas de emoções reais; dores e queimaduras. Em frente a Arvaskin colocamos uma chaleira com água fervendo e soltando vapor. Arvaskin deliberadamente tocou no metal da chaleira com a ponta dos dedos e colocou sua mão no vapor. Ao mesmo tempo pensou em enviar a Nikolayev uma mensagem telepática de dor. Arvaskin sentiu a dor, mas não sofreu queimaduras. Concentrou-se também na forma, tamanho e cor da chaleira. Nikolayev sentiu dor durante o envio das mensagens. Disse: “Queima... é uma vela... sim, queima”... Apesar de não dizer que era uma chaleira, registrou que se tratava de um objeto redondo, como uma bola, com um bico... poderia ser um utensílio... tem um cabo”.
A chaleira tinha um bico e um cabo. Nossa conclusão foi que a transmissão telepática ocorrera. Outro ponto interessante, foi que durante o teste de dor, de Moscou a Leningrado, os EEGs mostravam que os corações dos dois homens batiam em uníssono. Mostravam os mesmos desvios de ritmo usual. Quando os testes terminaram, os ritmos mudaram para batidas diferentes.

A TRANSMISSÃO DO MEDO

No dia seguinte, Arvaskin chegou a Leningrado, vindo de Moscou. Fizemos outro teste com os dois. Arvaskin sentou-se na sala ao lado e transmitiu medo a Nikolayev. Assim que Nikolayev disse que sentia medo, paramos o teste e levamos Nikolayev a um quarto escuro lá perto. Colocamos perto da sua cabeça um filme virgem num envelope. Quando o filme foi revelado, encontramos grandes pontos brancos, indicando que quando Nicolayev estava em estresse emocional, as emissões elétricas de sua cabeça aumentavam. Em outro teste, feito no dia 21 de julho de 1973, que nunca foi publicado, segundo Sergeyev, as mensagens telepáticas foram transmitidas por um homem em Leningrado à sua filha na Ucrânia. O homem era Aleksei P. Sysoletin, 48 anos, artista e famoso médium telepata. Sua filha, Ludmila, tinha quinze anos. Sob condições de controle, entre 20 e 21 horas, Sysoletin tirou seis cartas de um maço de sessenta e transmitiu as figuras à sua filha. A menina tinha sido informada por telegrama que naquele dia, naquela hora, seu pai enviaria diversas mensagens. Os objetos foram escolhidos aleatoriamente. A transmissão foi feita do Instituto Médico, aqui em Leningrado. Sysoletin enviou as seguintes imagens: bola, envelope, bola, pau, envelope, envelope. Cada imagem era transmitida durante cinco minutos. A filha identificou a hora em que se comunicava com seu pai e isto foi feito na frente de testemunhas que registraram suas observações. Ela escreveu: envelope, pau, bola, pau, envelope, envelope. Acertou quatro vezes em seis. Concluímos, então, que o teste provando transmissão telepática fora positivo. O Dr. Sergey V. Seprunski, fez outra extraordinária experiência em novembro de 1974. Ele conservou quinhentos ratos brancos em seu laboratório, dividindo-os em dois grupos de 250 ratos. Um grupo foi colocado no andar térreo e o outro no terceiro andar. Não havia jeito de um grupo ver ou ouvir o outro, então, mataram os ratos do andar térreo. O segundo grupo, no terceiro andar, ficou agitadíssimo. Os ratos reagiram à morte de seus companheiros. Mas como souberam dela? A comunicação entre os dois grupos ficou estabelecida, concluiu Sperunski. Os laços foram estabelecidos quando os grupos estavam juntos. Durante o trauma da morte, o grupo que não estava programado para ser sacrificado recebeu a mensagem telepática, avisando do perigo e causando ansiedade. Mais tarde, ficamos sabendo de outro cientista que, para elevar o estado emocional, fez torturar o primeiro grupo de ratos antes de sacrificá-los, uma vez que os pesquisadores acreditam que a tensão aumenta a faculdade telepática.

NOS TESTES, A ORDEM NÃO É IMPORTANTE

Depois que terminamos nosso trabalho em Leningrado, retornamos a Moscou e lá fizemos um relatório à pessoa que nos havia auxiliado: Viktor Adamenko. Ele ouviu cuidadosamente. Depois, fez um apanhado da telepatia na União Soviética, vista do lado científico,lembrando que ele também havia participado deste trabalho.
“Participei pessoalmente, vi muitos dos testes com Sergeyev, Nikolayev e Kamensky. Foram testes bem feitos e controlados. Nikolayev e Kamensky formam a melhor dupla telepática do mundo. Foram rigorosamente testados e provou-se, sem sombra de dúvida, que conseguem enviar mensagens telepáticas”.
O teste Moscou – Kerch, que a Gazeta Literária disse ter tido resultados negativos, teve resultados positivos. Nikolayev identificou dois objetos, apesar da ordem não estar correta. Os testes da telepatia, é comum que as imagens sejam recebidas em ordem incorreta. As pessoas esquecem que o lapso de tempo no recebimento não é tão importante quanto o fato de o receptor receber a imagem certa.
Segundo Adamenko, pode haver uma linguagem especial ESP que teremos de aprender. “É como ouvir duas pessoas falando uma língua estrangeira que não compreendemos. Ouvimos, sabemos que estão trocando informações, mas não compreendemos e não conseguimos traduzir. Sinto que com a ESP dá-se o mesmo. Ouvimos uma outra língua e não conseguimos traduzi-la. Por que será que alguns têm faculdades psíquicas e sabem traduzir a língua para uma que entendemos?
Adamenko acredita que sejam as partículas de alta energia que banham a aTerra, vindas do espaço exterior, que levam as informações de cérebro a cérebro, a velocidades superiores a da luz, causando reações que ainda não compreendemos. Essas partículas têm o nome de neutrinos. As passarems pela mente de uma pessoa, podem atrapalhar a informação e transmiti-la a outra mente.









quinta-feira, 22 de julho de 2010

PSICOEMBRIOLOGIA


A ciência da gestação dirigida

Eduque seu filho desde a concepção

O psicanalista Wilson de Almeida Ribeiro divulga, em São Paulo, uma tese bem de acordo com as descobertas da parapsicologia. Desde o momento da concepção, o óvulo fecundado possui um psiquismo próprio, capaz de acumular dados e experiências que desempenharão um papel importante na vida futura do indivíduo. Partindo deste pressuposto, ele desenvolveu a psicoembriologia, um método de treinamento para gestantes, que ensina a criar e educar os filhos a partir da concepção, para obter crianças psíquica e fisicamente sadias.

Como se definiria psicoembriologia e gestação dirigida?

A psicoembriologia é uma ciência qe interessa principalmente à gestação, no que diz respeito ao psiquismo da gestante e à chamada “alma do embrião”, visando a uma concepção segura quanto às partes física, psíquica e emocional de ambos. Gestação dirigida é o método prático, de aplicação da psicoembriologia. O psicoembriologista procura auxiliar a mulher a remover informações negativas, herdadas ou adquiridas, que possam influenciar na gravidez. Há uma preocupação em colocar a mãe e o pai em contato direto e conscinete com o embrião e prepará-los para plena aceitação da gravidez e do filho que vai nascer.

Como se explica a sua afirmação de que as dores de parto são puramente psíquicas?

Nós defendemos a tese de que o corpo nada sente e percebe que antes não tenha passado pela mente. Esta é uma tese psicológica. Se você nunca comeu pimenta, não terá registrado em sua memória o ardor que ela produz. Assim, se alguém lhe oferecer pimenta, você aceita e se queima. Existe um elemento bioquímico que ao entrar em contato com a mucosa cria uma reação e queima. Nesse caso o ardor é orgânico. Entretanto, informações de medo, por exemplo, foram recebidas na infância ou captadas da mente paterna ou materna a partir da gestação. Por outro lado, recebemos uma informação hierárquica através da Bíblia ou das religiões que dela advindas, dizendo que o sexo, a prática genital, é pecaminosa. É tolerada, mas não permitida, por uma divindade não materializada como homem e que, neuroticamente pune a prática indevida do sexo. Essa divindade legou-nos uma sentença neurótica que diz: “o homem comerá do suor do seu rosto e a mulher pagará pelo seu erro com dores”, dores dobradas e multiplicadas, na carne, no parto. Não fossem essas informações que nos são transmitidas de geração a geração, a mulher não sentiria as dores do parto. Os animais não as sentem porque não recebem tais informações. No entanto, animais tratados com muito carinho podem captar telepaticamente impulsos emocionais que podem registrar coisa semelhante e terem, assim, partos agravados co problemas.

O parto cirúrgico pode ser feito sem anestesia?

Pode, usando-se hipnose ou letargia...

Seria isto a “sugestiologia”?

Nós não trabalhamos com “sugestiologia”. Como já dissemos, a psicoembriologia, na prática de acompanhamento da gestante, é chamada de “gestação dirigida” e seu objetivo é a preparação do casal para a paternidade. A mãe precisa da gravidez e de doação do seu útero e de seu corpo, para que ocorra uma gestação perfeita. Se existem registros bíblicos-religiosos em seu inconsciente, determinando que a gestação vai prejudicar sua estética, ou lhe causar sofrimentos e dores, nós temos e descondicioná-la. Isso não é “sugestiologia”, pois não estamos recondicionando, ou seja, colocando no lugar de um condicionamento herdade, outro. A gestação dirigida seria um método de relaxar a psique e fazer com que, energeticamente, haja descondicionamento do que está impregnado a nível inconsciente.

Mas seu livro fala em “método sugestiológico”...

Isso quando nos referimos aos métodos usados durante o relaxamento, de transmitir à mulher sugestões positivas que ela deve retransmitir ao ser que se desenvolve em seu ventre. Sugestões tais como a de que ele dispõe de espaço, é capaz, inteligente e que até pode se auto-imunizar, para que quando nascer, não necessite de vacinas.
Telepatia é mais fácil com o pai

O estado psíquico dos pais pode afetar o espermatozóide?

Sim. Principalmente o do pai, que é o doador. O homem é a polaridade A e a mulher é a polaridade B, o óvulo. As unidades A e B se juntam e se expressam numa outra microunidade. Que compõe um microcérebro, de onde, inteligentemente, uma programação passa a ser obedecida, porque não existe programação sem que haja inteligência.

Portanto, o espermatozóide, ainda no pai, sofre influência de seu estado psíquico?

Sim. Os espermatozóides levam as informações herdadas, aquilo que chamam de “memória genética” e que nós chamamos de “informações herdadas”. Eles levam todas as informações herdadas que podem captar da mente paterna.

A doença hereditária seria uma informação herdada?

Há quem diga que diabete é uma doença hereditária; nós acreditamos que ela possa ser tão “hereditária” como foram as doenças do coração nas décadas de 40 e 50. Quando alguém morria do coração numa família, os outros ficavam temerosos por achar que tinham por herança tendência a morrerem do coração. Neste caso, haveria uma influência sugestiológica. Às vezes a influência da informação médica gera doenças psicossomáticas, que também podem ser informadas pelo prestígio hierárquico do pai e da mãe.

Quem exerce maior influência: o pai ou a mãe?

Na pesquisa psicoembriológica, o adulto, ao vivenciar uma fase intrau-terina, afirma ter muito mais facilidade de ligação telepática com o pai do que com a mãe. Quanto à realidade da ligação paranormal entre os pais e o embrião, há o caso de um sujeito casado e com um certo prestígio, que engravidou uma moça e depois ficou sabendo que ela iria fazer chantagem com a situação. Ele, mentalmente, passou a visualizar o feto destruído dentro do útero da moça e, aos quatro meses de gravidez, ela realmente perdeu o embrião.

Como se processa a gravidez através do método Psico-Relax de gestação dirigida?

O desenvolvimento deste método foi necessário. Antes dele utilizava-se a hipnose, mas, como ela usada por toda espécie de gente, criou-se, com muita razão, uma imagem negativa a seu respeito. Por isto, desenvolveu-se um método de trabalho em que não há necessidade de usar a hipnose. Desenvolveu-se um sistema de relaxamento, uma metodologia, que tranqüiliza o físico e a mente e permite que, neste estado de relaxamento, a mulher faça uma autoanálise retrospectiva até a sua vida intra-uterina, para limpar as informações negativas e os condicionamentos herdados e não transmitidos, assim, a seu filho. Esta limpeza é o objetivo da gestação dirigida e, se possível, deve ser feita também no pai.
Há alguma relação entre o desenvolvimento psíquico do embrião e o fato de a mãe ter, anteriormente, tomado anticoncepcionais?
Admitindo que somos reflexos de uma única unidade em termos psíquicos, bioenergéticos e que nos espalhamos e nos multiplicamos em milhares de seres, todos movidos por uma só energia e ligados por uma só inteligência, que seria a inteligência coletiva, chegaremos a dizer que todo o conhecimento da humanidade está em cada pessoa, em cada ser, só que de forma latente e que, na medida em que a memória se desenvolve através do consciente, lentamente estes conhecimentos vão ficando familiares. Aceitando-se o fato de que a unidade é uma só, se uma mulher rejeitou espermatozóides anteriores (lembramos que isto se estende também ao aborto), então, todas as suas células ficaram impregnadas da informação de rejeição e o ser que nela está sendo gerado “sabe” que outro, antes dele, não teve chance; e isto o faz sentir-se também rejeitado. Neste caso, o uso do anticoncepcional não teria apenas um efeito químico orgânico, mas produziria uma deformação a dois níveis: químico e informativo.

O embrião registra as experiências da gestação

Qual a importância da assistência parapsicológica dada à gestante?

Não parapsicológica, mas sim psicoembriológica. A palavra “parapsicológica” aparece em meu livro, porque na época de seu lançamento o editor fez questão de que não utilizássemos o termo psicoembriologia, por não ser um termo conhecido, mas sim, parapsicologia, porque estava na moda e todos os livros a respeito vendia fácil A assistência psicoembriológica procura preparar o casal para a aceitação plena e a dedicação total à gravidez; a mulher procurando voltar-se para o ser vivente, inteligente, que vive no seu útero, já como uma criança, já como seu filho, independente de sexo, cor, olhos, etc. amando este ser e doando seu corpo para que ele possa se alimentar.

Através da regressão de memória pode-se curar traumas adquiridos na vida intra-uterina?

A regressão seria um tratamento psicoterápico para aqueles que não tiveram a oportunidade de ter a gravidez dirigida. Serve para que a pessoa adulta ou adolescente possa retornar, possa vivenciar sua fase intra-uterina e resolver assim os conflitos ali gerados ou adquiridos. A psicanálise, tratando do indivíduo após o nascimento, não tem condições de ir buscar na vida intra-uterina as primeiras manifestações do inconsciente. Nós sabemos, e pesquisas de laboratório comprovam que o embrião registra e acumula o que se passa durante a gravidez e que mais tarde isto se reflete na vida da criança ou do adulto. Um trauma de rejeição pode ser curado pelo processo de regressão de idade ou de memória.

Qual a importância da hipnoanálise no tratamento psicanalítico?

Nós chamamos isto de análise dinâmica e não é nada mais, nada menos do que um estado de bom relaxamento, onde o sujeito não perde a consciência. Seria a chamada fase transipnoidal: ouve-se e percebe-se tudo dentro de um profundo relaxamento. Isto ajuda a se obter um acesso mais correto e mais rápido ao inconsciente, para se buscar as causas e as origens do trauma que levaram o paciente a uma neurose. Seria bom se a análise pudesse ser feita durante a gestação porque seria mais rápida, mas infelizmente isto não é recomendável.

Não se deve mentalizar o sexo do filho

O feto na vida intra-uterina pode comunicar-se com o mundo exterior? Qual a importância do relaxamento dirigido na indução a um contato telepático ou verbal com o feto?

Na verdade este contato não é o que se entende comumente por telepatia, mas sim no sentido de uma telecomunicação direta, não a nível de antenas emissoras e receptoras. Na indução nós usamos técnicas de relaxamento convencionais, com música, com repetição de palavras, com letargia, métodos convencionalmente conhecidos pela psicologia, psicanálise, hipnologia, por todos os sistemas psicoterapêuticos.

A comunicação de forma intuitiva seria uma forma de percepção estra-sensorial?

As gestantes mais sensíveis chegam até a visualizar o feto numa tela mental, algumas até afirmam que perceberam o seu sexo antes do nascimento, visualizando-o. Nós temos um método de movimentos em que a mãe convenciona com o embrião, por exemplo, que um movimento pode ser sim, dois significam não. Ela pergunta se o filho está colocado em boa posição, como está passando e o feto responde. Não aconselhamos que se procure desta forma saber o sexo do embrião, mas a curiosidade da mãe sempre a leva a esta indagação e, até agora, nós não sabemos de nenhuma que tenha errado o sexo de seu filho.

A lactação tem um efeito sobre a psique da criança?

Muito grande. Além de deficiências orgânicas, como problemas com a dentição, a pessoa pode desenvolver comportamentos neuróticos, sentir-se inferiorizada, se não foi satisfatoriamente amamentada. A lactação tem influência orgânica e psíquica muito profunda, porque a mulher pode ter aceito bem uma gestação e na hora de assumir a responsabilidade de amamentar a criança, retrair-se por problemas estéticos, medo de ferir-se, etc. Isto faz com que a criança se sinta rejeitada e inferiorizada, o que vai causar no mínimo uma “disfunção mínima cerebral”, que é uma falta de rendimento da escolaridade.

O leite da mãe pode ser contaminado por suas emoções negativas?

Quando a mulher não está consciente do fato de estar amamentando seu filho e sua atenção está desviada para uma novela ou leitura, seus impulsos emocionais se refletirão na lactação. Se ela amamentar com dor ou estiver com um forte sentimento de ódio, isto se refletirá na criança, que terá um desarranjo intestinal. Cada célula da criança será alimentada de negatividade. Aliás, a energia negativa pode ser transmitida até mesmo ao marido pela comida feita por sua esposa, quando não há um bom relacionamento entre eles.

Qual a influência da mentalização do processo gestatório? O que ocorre quando o pai e a mãe mentalizam que o embrião é feminino e na realidade ele é masculino?

Isto também é negativo. Temos vários casos de homossexualidade oriundos deste desejo ardente da mulher que quer satisfazer o esposo tendo um primeiro filho homem ou vice-versa. Admitindo a influência dos pais no desenvolvimento físico e psíquico do embrião, podemos dizer que ele vai querer atender ao desejo dos pais e haverá, então, um choque. O embrião não sabe por que se manifestou sexual e fisicamente daquele modo e este conflito pode fazer com que ele, na idade adulta, se torne, no mínimo um esquizofrênico. Se mais tarde o meio ambiente ajuda, digamos que o pai e a mãe tenham conflitos, a criança poderá se identificar mais ainda e acabar rejeitando seu verdadeiro sexo e, energicamente, haverá uma mudança em seu ser. Nestes casos, normalmente a influência da mãe é maior.
Os traumas do nascimento

A psicoembriologia pode eliminar fatores causadores do homossexualismo?

A psicoembriologia e a psicanálise podem resolver o conflito. A homossexualidade é originariamente um conflito, não um distúrbio glandular, nem defeito de caráter. A assistência psicoembriológica evita um problema destes e, uma vez que ocorra, tem muito mais condições de curar porque vai fazer com que mentalmente o indivíduo volte ao útero materno e, consciente, acordado, enfrente seus problemas. Ele pode ter uma taque nervoso, chorar, sofrer ao enfrentar o porquê dos seus problemas. Mas, ao tomar conhecimento disto, ele vai mudar seu comportamento neurótico, porque a homossexualidade é um comportamento neurótico e sobretudo agressivo.

A psicoembriologia, de um modo geral , seria mais eficiente do que a psicanálise?

É muita responsabilidade dizer uma coisa destas. Se não fosse a psicanálise, não existiria a psicoembriologia. Ela é mais uma importante ferramenta de trabalho para o psicanalista, o psicólogo, o pediatra, enfim, para todos os que estão voltados para a formação, educação e a a saúde mental.

Ela pode ser vista como uma extensão da psicanálise à vida intra-uterina?

Ela vem antes, durante e depois da psicanálise. No início da psicanálise, acho que faltaram ao Freud meios e condições, em uma época em que falar de psique era o mesmo que falar hoje em macumba, umbanda, quimbanda, etc. Se ele teve dificuldades em determinar a existência do psiquismo, imagine se, além disso, ainda tivesse dito: “e na vida intra-uterina já existe, se manifesta, acumula, etc...” Jung, mais tarde, disse ter certeza de que nós acumulamos conhecimentos desde a vida intra-uterina, mas parou por aí. Quem chegou mais perto foi Otto Rank, ao dizer que o primeiro e principal trauma do homem era a brusca separação do cordão umbilical. Ele preambulou, mas não se aprofundou na matéria. Um analista moderno teria de levar seu paciente a resolver seus conflitos psíquicos da vida intra-uterina, depois resolver os conflitos de aos o nascimento. Ele agiria primeiramente como psicoembriologista, depois como analista e, no caso dele acompanhar este homem ou esta mulher na preparação para conceber um filho perfeito, novamente utilizaria a psicoembriologia. Então, ela vem antes, durante e depois da psicanálise. Há algo mais que defendemos na psicoembriologia, como adendo à psicanálise, que muda um pouco o conceito psicanalítico: Freud determinou como primeiro estádio do homem a fase oral e nós chegamos a conclusão de que a primeira fase psíquica é a umbilical, porque é o primeiro veículo de prazer, de alimentação e de ligação direta com a mãe. O cordão umbilical ou umbigo está colocado numa zona erógena e, de acordo com a filosofia chinesa, próximo ao ponto “ki”, ou ponto central do corpo humano, sendo, então, bem vital, física e psiquicamente vital. Após o cordão umbilical, a segunda fase seria a oral.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

PLACEBO


O MISTERIOSO PLACEBO

COMO A MENTE PODE AUDAR A MEDICINA

O placebo é uma simples pílula confeccionada com substâncias inócuas, como amido, leite em pó, açúcar. Ela é administrada a doentes em lugar de medicamentos fortes, como a cortisona, antialérgicos e antibióticos. Só que os doentes não sabem disto. O extraordinário é que na maioria dos casos, o efeito terapêutico é o mesmo e, às vezes, até melhor. O placebo abre novas fronteiras para a medicina, provando que a mente humana, pode muitas vezes – e sem efeitos colaterais – substituir com vantagem os remédios tóxicos da farmacologia moderna.
Por Normann Cousins

Durante séculos os médicos tem sido forçados pelos próprios pacientes a manter o ritual das receitas. A maioria das pessoas parece achar que suas queixas não são levadas a sério se não recebem um pedaço de papel com letras mágicas que são o certificado de garantia de cura. A receita é a promessa de boa saúde. É o cordão umbilical psicológico que mantém um contato alimentador contínuo entre o médico e o paciente.
O médico sabe que a receita, mais do que as palavras nela contidas, é muitas vezes o ingrediente vital para habilitar o paciente a se livrar dos próprios males. Os remédios nem sempre são necessários. Mas a fé na cura é indispensável. O médico pode receitar um placebo nos casos em que para o paciente é mais útil sentir-se tranqüilo do que tomar uma pílula famosa três vezes ao dia.
O estranho placebo está dirigindo a ciência médica em direção a algo parecido com uma revolução na teoria e na prática da medicina. O estudo do placebo abre vastas áreas de conhecimento sobre a maneira como o corpo humano cura a si mesmo, sobre a misteriosa propriedade que tem o cérebro de determinar as mudanças bioquímicas indispensáveis para combater a doença. A palavra placebo vem do latim, de um verbo que quer dizer “agradar”. O placebo é, no sentido clássico, uma imitação de remédio – em geral um comprimido inócuo, feito de leite e açúcar, fantasiado de pílula – receitado mais com a finalidade de acalmar o doente do que satisfazer uma necessidade orgânica claramente diagnosticável. Nos últimos anos, o emprego mais comum do placebo tem sido para testar novos remédios. Os efeitos obtidos através do remédio testado são comparados com os obtidos pela administração de “imitação de remédio”, ou placebo.
Durante muito tempo os placebos foram desaprovados por grande parte dos médicos. É que, para muitos deles, o placebo tinha conotação de remédios falsificados, ou, “pseudomedicamento”. Pensava-se também que o placebo seria um caminho fácil para médicos incapazes de ter o trabalho e de gastar seu tempo no reconhecimento da causa real dos males do paciente. Hoje, contudo, o placebo – antes mal aceito – recebe séria atenção de professores de medicina. Investigadores, como o Dr. Arthur K. Shapiro, o falecido Dr. Henry K. Beecher, o Dr. Stewart Wolf e o Dr. Louis Lasagna, encontraram provas indiscutíveis de que o placebo pode não só tornar-se semelhante a um remédio poderoso, mas realmente agir como um remédio. Consideram-no não apenas uma ajuda psicológica para o médico no tratamento de certos pacientes, mas um autêntico agente terapêutico, que altera a química do corpo e ajuda a mobilizar as defesas do organismo no combate às perturbações ou doenças.
A forma como o placebo age no organismo ainda não foi bem compreendida. Alguns pesquisadores são de opinião de que o placebo ativa o córtex cerebral, o qual, por sua vez, liga-se ao sistema endócrino em geral, e às glândulas endócrinas em particular. Quaisquer que sejam os exatos caminhos através do corpo e da mente, já existem provas suficientes que demonstram que o placebo pode ser tão potente quanto a droga que substitui, e, algumas vezes, mais fortes do que ela.
“O placebo,  - escreveu o Dr. Shapiro no American Journal of Psychotherapy – pode ter efeitos profundos em doenças orgânicas e até mesmo em doenças malignas incuráveis”. Pensamos se este fato poderá explicar o enigma dos doentes de câncer que sararam tomando Letrile, substância que os principais centros de pesquisa consideraram sem qualquer valor medicinal.
Seria absurdo dizer que os médicos não devem receitar drogas farmacêuticas ativas. Existem ocasiões em que o remédio é indispensável. Mas um bom médico conhece todo seu poder. Um grande erro popular é acreditar que uma droga age como uma seta que pode ser dirigida a um alvo determinado. O efeito real é antes como o atirar de espinhos por um ouriço. A droga – ou o alimento – passa por um processo em que é subdividida pelo organismo para ser totalmente aproveitada.
Quase não existem drogas sem efeitos colaterais. E quanto mais célebre for o remédio – antibióticos, cortisona, tranqüilizantes, compostos anti-histamínicos, agentes antiinflamatórios, relaxantes musculares - maiores serão os problemas dos efeitos desfavoráveis. As drogas podem alterar ou reajustar o equilíbrio da corrente sanguínea; podem fazer o sangue coagular mais depressa ou mais devagar; podem reduzir o nível de oxigênio no sangue; podem estimular o sistema endócrino, aumentar o fluxo de áxido clorídrico no estômago; tornar mais lenta ou mais rápida a passagem do sangue pelo coração; prejudicar a função do corpo de fabricar sangue diminuindo a atividade da medula; reduzir ou aumentar a pressão sanguínea ou afetar a permuta de sódio-potássio, vital para o equilíbrio químico do corpo.
O problema apresentado por muitas drogas é que elas fazem isto independentemente da finalidade pretendida pelo médico. Ele precisa equilibrar o tratamento específico contra os perigos generalizados. Quanto mais poderosa for a droga, mais precário é o equilíbrio. Para complicar as dificuldades do médico, muita gente considera as drogas como se fossem automóveis que cada ano devem ter modelos novos e mais potentes. Muitos pacientes acham que os médico não está atualizado se não receitar um novo antibiótico ou uma nova droga milagrosa sobre a qual ouviu falar ou dela tomou conhecimento pelos jornais.

O remédio ideal para a cura do estresse

Por causa dos perigos reais associados às poderosas drogas novas, o prudente médico moderno aproveita sua liberdade de escolha aconselhando drogas fortes só quando houver absoluta necessidade, prescrevendo placebos ou nada quando elas não forem exigidas.
Um exemplo hipotético de como funciona o placebo é o do jovem homem de negócios que procura o médico queixando-se de fortes dores de cabeça e dores no abdômen. Depois de ouvir atentamente a descrição não só dos males, mas também de sues problemas, o médico conclui que ele sofre de uma doença muito comum no século XXI: estresse. O fato de não ser causado por germes ou vírus, não torna suas conseqüências menos sérias. À parte doenças graves, o estresse pode levar ao alcoolismo, ao vício de drogas, ao suicídio, ao rompimento familiar, ao desemprego, em formas extremas pode causar sintomas de “reação histérica” – um efeito descrito por Jean Charcot, professor de Freud. Os temores e preocupações do paciente convertem-se em sintomas físicos genuínos, que podem ser dolorosos e até causar paralisia.
Por meio de perguntas compreensivas, o médico ficará sabendo que esse homem está preocupado com a má saúde da esposa grávida e com os funcionários jovens recentemente contratados no escritório que parecem ter em mira o seu lugar. O médico vê que em primeiro lugar é preciso convencer o paciente de que nada está fundamentalmente errado com sua saúde, mas tem cuidado para não sugerir , sob forma alguma, que seus males não existem, não os levando a sério. Todo paciente tem tendência a acreditar que está sendo acusado de imaginar seus males, de fingir-se doente, se suas queixas são diagnosticadas como sendo de origem psíquica.
O médico sabe que o paciente, de acordo com as convenções, provavelmente ficará descontente se não receber uma receita. Mas também conhece as limitações do tratamento. Reluta em prescrever tranqüilizantes por causa dos efeitos prejudiciais nesse caso particular. Sabe que a aspirina aliviaria a dor de cabeça, mas complicaria o problema gastrointestinal, já que uma única aspirina pode causar hemorragia interna. Não aconselha digestivos porque sabe que as dores do estômago são provenientes de problemas emocionais. Então receita um remédio que não vai prejudicar o paciente e aliviará seus males. Diz eu este remédio lhe fará muito bem e que ele vai se recuperar completamente. A seguir discute longamente as possíveis maneiras de resolver seus problemas no lar e no escritório. Uma semana depois esse homem telefona para o médico para contar que a receita fez maravilhas. A dor de cabeça desapareceu, as dores abdominais diminuíram. Está menos preocupado com a saúde da esposa depois que ela consultou um obstetra e parece estar se dando melhor no escritório. Quanto tempo ainda precisa tomar remédio? O médico diz que a receita provavelmente não precisar ser repetida, mas é melhor telefonar se os sintomas reaparecerem.

A melhor receita é o próprio corpo

As pílulas “maravilhosas” naturalmente não eram mais do que placebo. Não tinham propriedades farmacológicas, mas agiram tão bem porque estimularam a capacidade de seu próprio corpo para se regularizar. As pesquisas mostram que 90% dos pacientes que procuram ajuda médica sofrem de desordens autolimitadoras, que se situam ao alcance dos poderes curativos do próprio corpo. O melhor médico - para o paciente e para a sociedade – sabe distinguir os pacientes que podem melhorar sem intervenções drásticas, daqueles que não podem em muito menor número. Não perde tempo e, quando há necessidade, mobiliza todos os recursos científicos disponíveis, mas é cauteloso com aqueles que necessitam mais do seu apoio do que de remédios, para não interferir no processo natural de recuperação. Para esses pode receitar um placebo, não só porque o paciente sente-se mais seguro com uma receita em seu poder, como porque sabe que o placebo realmente atende a uma finalidade terapêutica. O placebo é então, mais um tratamento do que uma pílula. O tratamento começa com a confiança que o paciente tem no médico e estende-se por todo seu sistema imunológico e curativo. O tratamento funcionou não porque existe qualquer magia no comprimido, mas porque o corpo humano é o melhor farmacêutico e a receita mais eficiente é aquela prescrita pelo próprio corpo.
O placebo mostra que não há separação real entre a mente e o corpo. A doença é sempre uma interação entre ambos. Pode começar na mente e afetar o corpo, ou começar no corpo e afetar a mente, por serem ambos servidos pela mesma corrente sanguínea. A tentativa de tratar doenças mentais como se fossem completamente independentes de causas físicas, ou tratar as doenças do corpo como se a mente não tivesse nenhum envolvimento, deve ser considerada arcaica à luz dos novos conhecimentos sobre a forma como funciona o corpo humano. Os placebos não agem em todas as circunstâncias. Acredita-se que as chances de bom êxito estão em razão direta da qualidade do relacionamento do paciente com o médico.
Extraordinário exemplo do papel do médico no bom funcionamento do placebo foi observado numa experiência com dois grupos de pacientes com úlceras hemorrágicas. Ao primeiro grupo, o médico informou que uma nova droga ia ser-lhes administrada e produziria, sem dúvida, bons resultados. Ao segundo grupo foi dito pelas enfermeiras que uma nova droga ia ser experimentada, mas seus efeitos eram desconhecidos. 70% das pessoas do primeiro grupo obtiveram alívio significativo, enquanto que apenas 25% do segundo grupo alcançaram igual resultado. O dois grupos receberam a mesma droga; um placebo.

A versatilidade do placebo

Quais os dados científicos reunidos sobre a eficiência do placebo?
A literatura médica no último quarto de século contém significativo número de casos. O falecido Dr. Henry K. Beecher, famoso anestesiólogo de Harvard, apresentou o resultado de quinze pesquisas feitas com 1.082 pacientes. Descobriu que, dentro de um largo leque de testes, 35% dos pacientes tiveram “alívio satisfatório” com o emprego de placebos em lugar de remédios usuais, para grande números de males, que incluíam fortes dores pós operatórias, enjôo, dor de cabeça, tosse e ansiedade. Outros processos biológicos e de desordens influenciadas pelos placebos, relatados por médicos pesquisadores, incluem artrite reumatóide e degenerativa, contagem de células no sangue, ritmo respiratório, função vasomotora, úlceras pépticas, hipertensão e redução espontânea de verrugas.
Um paciente que sofria do mal de Parkinson tomou um placebo como sendo um remédio e seus tremores diminuíram consideravelmente. Depois que os efeitos do placebo passaram, a mesma substância foi posta no seu leite sem o seu conhecimento e os tremores reapareceram.
Num grupo de pacientes que tomou placebo em vez de anti-histamínicos, 77,4% apresentaram sonolência, uma das características deste tipo de remédio.
88 doentes de artrite tomaram placebo em vez de aspirina ou cortisona. O número de pacientes que se beneficiou com os placebos foi aproximadamente o mesmo que o dos pacientes que tomaram remédios anti-histamínicos. A alguns dos doentes que não obtiveram alívio com os comprimidos de placebo, foram aplicadas injeções de placebo. 64% apresentaram alívio e melhora. Para o grupo todo, os bons efeitos incluíram não só o alívio da dor, mas também melhora do apetite, do sono, da eliminação e mesmo a redução do inchaço. A. Leslie relata que viciados em morfina tomaram placebos (injeções salinas) e não sofreram retrocessos até que as injeções foram suspensas.
O corpo médico do Instituto Nacional de Geriatria de Bucarest, Romênia, testou uma nova droga com a finalidade de ativar o sistema endócrino para melhorar a saúde, com vistas ao aumento da longevidade. Um total 150 pessoas de 60 anos, todas vivendo nas mesmas condições, foi dividido em 3 grupos de 50 pessoas. O primeiro grupo não tomou nada. O segundo tomou um placebo, o terceiro recebeu tratamento com a nova droga. Ano após ano os 3 grupos foram observados com referência à mortalidade e à morbidez. As estatísticas do primeiro grupo foram semelhantes às de outros camponeses romenos da mesma idade. O segundo grupo, o que tomou placebo, apresentou melhoras bem definidas de saúde e menor índice de mortalidade. O terceiro grupo, que tomou a droga, apresentou a mesma melhora sobre o grupo do placebo, que este sobre o grupo que não tomou nada.

Os limites entre medicina e feitiçaria

Muitos professores de medicina acreditam que a história da medicina é, na realidade, a história do efeito do placebo. Sir William Oesler salientou esse ponto quando disse que a espécie humana distingue-se das categorias inferiores pelo desejo de tomar remédio. Considerando a natureza das panacéias recomendadas no decorrer dos séculos, é possível que outro aspecto que distingue a espécie seja a capacidade de sobreviver aos medicamentos. Em várias ocasiões, em diferentes lugares, as receitas requeriam o uso de esterco animal, pé de múmia, serragem, sangue de répteis, esperma de sapo, olhos de caranguejo, raízes de mato, esponjas do mar, chifre de unicórnio, substâncias granulosas tiradas do intestino de animais de mama.
Examinando essa repugnante lista de poções que a seu tempo foram dignas de respeito tanto quanto qualquer remédio atual, o Dr. Shapiro comentou: “Fica-se conjeturando como os médicos conseguiram manter sua posição de honra e respeito através da história, receitando durante milhares de anos medicamentos inúteis e muitas vezes perigosos". A resposta é que os doentes puderam assimilar essas receitas nocivas juntamente com os males para os quais elas foram indicadas, porque os médicos lhes deram algo muito mais eficiente do que a droga: a forte crença na cura que a receita produziria. Eles procuraram o médico acreditando que seriam ajudados. E foram.
Algumas pessoas são mais suscetíveis à terapia do placebo do que outras. Por quê? Costumava-se acreditar que havia uma relação entre a alta sugestabilidade e a baixa inteligência e que as pessoas com baixo QI eram mais propensas ao reagir ao placebo. Esta teoria foi anulada pelo Dr. Gold, na Cornell Conference on Therapy, de 1946. Quanto mais alta a inteligência, disse o Dr. Gold, baseado em seus longos estudos, maior potencial de benefícios recebidos dos placebos.

Médico paciente: uma relação mágica

Em sentido mais profundo, poder-se-ia perguntar se é ético – ou, o que é mais importante, se é prudente  - para o médico alimentar a crença mística do paciente nos remédios. Cada vez mais os médicos acreditam que não devem encorajar os pacientes a esperarem uma receita, porque sabem como é fácil piorar a dependência psicológica e fisiológica dos remédios, ou mesmo dos placebos. Este pondo de vista contém o risco de o paciente ir procurar outro médico; mas, se muitos médicos quebrarem este ritual, há esperança de que o próprio paciente irá considerar a receita sob nova luz. O Dr. Richard C. Cabot escreveu que “o paciente aprendeu a esperar um remédio para seus males. Mas ele não nasceu com esta idéia... O médico é o responsável pela perpetuação das falsas idéias sobre a doença e a cura”.
Outro problema da ética médica surge porque muitos médicos acreditam que não se sabe o bastante sobre os efeitos do placebo na delicada estrutura e funções do sistema nervoso. Deveriam os benefícios do placebo esperarem até que se obtenha mais respostas?
Na profissão médica existem precedentes quanto ao uso de tratamentos que não são inteiramente conhecidos. O choque elétrico, por exemplo, está sendo empregado no tratamento de doenças mentais, apesar de não se saber exatamente o que acontece no cérebro com o impacto da alta voltagem. A droga mais usada no mundo é a aspirina; contudo, não se sabe porque ela diminui a inflamação. É verdade que não se sabe tudo sobre o placebo; mas sabe-se o suficiente para colocá-lo em posição de estudo na agenda médica e humana. Saber mais sobre o dom da vida não é apenas uma forma de satisfazer uma curiosidade ao acaso. No fundo é pra isso que serve a instrução. Não sabemos se o placebo – ou qualquer droga – iria muito longe sem o forte desejo de viver do paciente. Porque o desejo de viver é uma anela para o futuro. Abre o indivíduo para toda a ajuda que o mundo exterior pode dar, liga esta ajuda à capacidade do próprio corpo para combater a moléstia. Torna o corpo humano capaz de obter o máximo de si mesmo. O placebo representa um papel ao transformar a concepção poética do desejo de viver numa realidade física e numa força que comanda. Por fim, o grande valor do placebo é o que ele pode nos dizer sobre a vida. Como um acompanhante celestial, o placebo dirige-nos através dos caminhos desconhecidos da mente e nos dá um senso do infinito, muito maior do que se gastássemos toda nossa vida com os olhos pregados hipnoticamente ao gigantesco telescópio de Monte Palomar. No fim, o que concluímos é que o placebo, na realidade, não precisava existir e que a mente pode prosseguir sua missão difícil e maravilhosa sem a ajuda de pílulas.
O placebo é apenas uma coisa tangível, tornada essencial numa época em que existe uma insatisfação diante dos intangíveis, uma época que prefere pensar que todo efeito interno tem uma causa externa. Já que tem tamanho e forma e podemos segurá-lo em nossa mão, o placebo satisfaz a ânsia contemporânea por mecanismos e respostas visíveis. Mas o placebo desaparece diante de um exame mais minucioso, dizendo-nos que não pode aliviar-nos da necessidade de pensarmos profundamente em nós mesmos. O placebo, é então, um emissário entre o desejo de viver e o corpo. Mas é um emissário substituível. Se pudermos libertar-nos dos tangíveis, poderemos ligar a esperança e o desejo de viver diretamente na capacidade do corpo para enfrentar as grandes ameaças e desafios. A mente pode levar a cabo suas funções e poderes sobre o corpo sem a ilusão da intervenção material. “A mente, disse John Milton, pode por si mesma fazer um céu do inferno ou um inferno do céu”.

O segredo do placebo

A ciência está criando termos exóticos como biofeedback para descrever o controle da mente sobre o sistema nervoso autônomo. Mas as etiquetas não tem importância; o que importa é saber que o ser humano não está fechado dentro de limitações. A procurada perfeição não é a mais alta manifestação de um grande propósito.
Há uns vinte anos, tive a oportunidade de observar o trabalho de um médico-feiticeiro africano, ao lado do Dr. Schweitzer. Para alguns pacientes, o feiticeiro apenas punha ervas num saco de papel e dava instruções sobre seu uso. Para outros não dava ervas; enchia o ar com encantamentos. Para uma terceira categoria, apenas falava em voz baixa e apontava para o Dr. Schweitzer. De volta à clínica, Dr. Schweitzer explicou que as pessoas com queixas generalizadas recebiaam as ervas; o segundo grupo tinha males psicogênicos e era tratado pela psicoterapia africana. O terceiro grupo, com problemas físicos, precisando de cirurgia, era encaminhado ao Dr. Schweitzer. Quando perguntei como explicava as curas feitas pelo feiticeiro, ele respondeu que eu estava pedindo a divulgação de um segredo que os médicos trazem muito bem guardado desde o tempo de Hipócrates. “Mas vou lhe contar”, disse, com o rosto iluminado pelo leve sorriso: “O feiticeiro tem êxito pela mesma razão que o resto de nós. Cada paciente traz em si seu próprio médico. Eles vêm à nós sem saber a verdade. Nós agimos da melhor maneira que podemos, dando ao médico que mora em cada paciente a oportunidade de fazer o seu trabalho”. Este é o segredo: o placebo é o médico que reside em nós.