segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Jesus não morreu na cruz!


Diz a história cristã que o corpo de Jesus desapareceu porque subiu ao céu. Agora, uma nova teoria tenta provar que

JESUS não morreu na cruz!!

Ele sobreviveu, fugiu da Palestina, chegou à Cachemira, lá teve filhos e morreu de morte natural, já velho. Esta é a tese de Andreas Faber-Kaiser, editor da revista espanhola Mundo Desconocido e autor de Jesus viveu e morreu na Cachemira, que decidiu investigar por que há 1900 anos se venera em Srinagar, capital da Cachemira, um túmulo chamado Rozabal (a tumba do profeta), como sendo o túmulo de Jesus.

Texto de Vani Rezende
(matéria de 1977)

A história cristã diz que Jesus foi crucificado numa sexta-feira, ao meio dia. Antes do cair da noite, já morto, seu corpo foi retirado da cruz e depositado na gruta funerária de José de Arimatéia, cuja entrada foi fechada com uma pedra. No domingo seguinte, o corpo de Jesus havia desaparecido inexplicavelmente, fazendo assim cumprir uma profecia bíblica: o filho de Deus ressuscitara de entre os mortos. Depois de um breve período na Terra, durante o qual entrou em contato com seus discípulos, Jesus subiu ao céu, onde está à direita de Deus-Pai.
Mas, ao contrariar este dogma cristão, está o túmulo de Srinagar. Andreas Faber-Kaiser apóia-se em dois pontos principais para tentar provar que Jesus não morreu na Palestina, aos 33 anos; e sim na Cachemira, ao norte da Índia, muito tempo depois: as circunstâncias e seu martírio e referências de que Jesus já vivera na Índia, dos 13 aos 30 anos, período de sua vida do qual a Bíblia não fala.
Sobre a crucificação, Andreas considera que ela ocorreu numa sexta-feira, véspera do shabat judeu, o que obrigava a baixar o corpo de Jesus antes do cair da noite. De acordo com o calendário da época, o sábado começava na noite de sexta e, pelas leis judias, era proibido deixar suspenso na cruz um supliciado durante o dia sagrado do shabat. Andreas argumenta que o objetivo da crucificação não era a morte imediata, mas a lenta tortura, suportável por até quatro dias, principalmente por um homem jovem e saudável. Então, um supliciado que fosse baixado da cruz em tempo, teria condições de sobreviver, se devidamente tratado. Para Andreas, foi o que aconteceu com Jesus. Submetido à apenas algumas horas de tortura, ele foi retirado da cruz ainda vivo e assistido por seus amigos e discípulos dentro da gruta de José de Arimatéia, recuperou-se e conseguiu fugir.
O autor de Jesus viveu e morreu na Cachemira recorre à vários trechos da história cristã nos quais há indícios de que o martirizado ainda estava vivo ao descer da cruz. O Evangelho segundo São Marcos diz que Pilatos, conhecedor de que um crucificado leva dias para morrer, estranhou quando lhe disseram que Jesus já havia morrido. Diz também que Pilatos feriu o corpo de Jesus com uma lança, para verificar se estava de fato morto e, embora ele não tenha reagido, da ferida jorrou um “sangue abundante”, o que não acontece com um corpo sem vida. O Evangelho Segundo São João faz notar que a tumba de José de Arimatéia não foi cheia de terra, como era costume entre os judeus, mas apenas fechada com uma pedra, o que deixava ali em seu interior espaço suficiente para respirar. Por último, Andreas afirma que as mais recentes análises realizadas no sudário do Turim (o pano em que o corpo de Jesus foi envolvido ao ser retirado da cruz) demonstram que o sangue nele impregnado era o sangue de uma pessoa ainda viva.

As mesmas idéias, a mesma filosofia, o mesmo nome

Partindo, então, da hipótese de que Jesus sobreviveu ao martírio na cruz e fugiu da Palestina, Andreas procura os sinais de sua presença na Cachemira. Sua principal fonte é o professor Hassnain, diretor do Departamento de Arquivos, Bibliotecas e monumentos do Governo da Cachemira, diretor honorário do Centro de Pesquisas de Estudos Budistas da Cachemira e secretrário do Centro Internacional de Pesquisas de Estudos Indianos Sharada Peetha. O professor Hassnain colocou à disposição de Andreas numerosos documentos que falam de um homem com idéias e filosofias idênticas às de Jesus. Este homem é designado nos documentos pelos nomes de Yusu, Yusuf, Yusaasaf, Yuz Asaf, Yuz-Asaph, Issa, Issana e Isa, que são traduções de Jesus nas línguas cachemir, árabe e urdu. E é este mesmo homem, segundo trajeto traçado pelos documentos, o que foi enterrado no túmulo Rozabal de Srinegar. Jesus, de acordo com as pesquisas de Hassnain, teve filhos e ainda hoje vive em Srinagar um seu descendente direto, chamado Basharat Saleem.
Segundo Andreas, porém, ainda mais importante que os documentos que falam desse Jessus adulto, são os manuscritos de Nikolai Notovitch, que contam a vida de um profeta Isa que viveu na Índia, entre os 13 e os 30 anos, a mesma faixa e idade em que nada se sabe sobre Jesus. Para Andreas, tais manuscritos fecham o ciclo: Jesus viveu na Índia, voltou para a Palestina e, depois, obrigado a fugir, retornou à região em que viveu toda a sua juventude.
Nicolai Notovitch foi um viajante russo que no século passado explorava os territórios do norte da Índia, incluindo a Cachemira e o Ladakh, região também conhecida como “pequeno Tibete”. Em uma de suas viagens, Notovitch conheceu em Hemis, no Ladakh, um “lama” (sacerdote budista entre mongóis e tibetanos) estudioso da vida de Isa. Este lama traduziu para Notovitch, que anotou à mão, documentos escritos em páli, (língua dos livros sagrados budistas), contando sobre a passagem de Isa na Índia, numa época que corresponde àquela em que Jesus viveu e, principalmente, no exato período em que a Bíblia não registra sua presença na Palestina.
O professor Hassnain chegou aos manuscritos de Notovitch por acaso. Isolado por uma tempestade de neve em Leh, capital do Ladakh, ele dedicou semanas à pesquisa de velhos textos da biblioteca da lamaseria (o mosteiro dos lamas) local e lá encontrou os quarenta volumes de diários dos missionários alemães Marx e Francke. Em um dos volumes havia uma referência aos manuscritos traduzidos que Notovitch deixara em Hemis, a 38 km a sudeste de Leh. Os missionários alemães não dão crédito às informações de Notovitch, mas o professor Hassnain está totalmente convencido de sua autenticidade.

As revelações sobre o menino – messias

Em Jesus viveu e morreu na Cachemira estão reproduzidos alguns trechos dos manuscritos de Notovitch sobre a história de Isa:
“Um formoso menino nasceu no país de Israel e Deus falou pela boca deste menino, explicando a insignificância do corpo e a grandeza da alma. O menino-divino, a quem deram o nome de Isa, começou a falar, ainda criança, do Deus uno indivisível, exortando a grande massa extraviada a arrepender-se e a purificar-se das faltas que haviam cometido”. De todas as partes as pessoas acorriam para escutá-lo e ficavam maravilhadas diante das palavras de sabedoria que surgia de sua boca infantil; os israelitas afirmavam que neste menino habitava o Espírito Santo.
Quando Isa alcançou a idade de 13 anos, época em que um israelita deve tomar uma mulher, a casa onde seus pais ganhavam o pão, através de um trabalho modesto, começou a ser ponto de reunião de pessoas ricas e nobres que desejavam tem o jovem Isa por genro, pois era ele conhecido por toda parte por seus discursos edificantes em nome do Todo-Poderoso. Foi então que Isa desapareceu secretamente da casa de seus pais, abandonando Jerusalém e se encaminhou com uma caravana de mercadores para Sindh (Paquistão), com o propósito de se aperfeiçoar no conhecimento divino e de estudar as leis dos grandes Budas. Aos 14 anos, Jesus havia atravessado todo o Sindh e os devotos do Deus Jaína lhe imploravam que ficasse entre eles, mas ele os deixou, caminhando para Jagannath (uma das cidades sagradas da Índia), onde foi recebido com alegria pelos sacerdotes de Brahma, que lhe ensinaram os Vedas, a salvar o povo através de orações , a expulsar o espírito do mal do corpo humano e a devolver a este sua forma humana. Jesus viveu seis anos percorrendo as cidades sagradas de Jaganath, Rajagriba, Benares e outras, em estado de paz com os Vaishyas e Shudras, aos quais ensinou a sagrada escritura”.

Desde muito jovem, pregando a igualdade entre os homens

Nos manuscritos de Notovitch consta que Jesus ganhou suas primeiras antipatias na Índia, quando falou da igualdade dos homens, pois os brâmanes escravizavam os sudras e afirmavam que estes só se livrariam da escravidão com a morte. Jesus recusou o convite dos brâmanes de aderir à suas crenças e foi pregar entre os sudras, contra eles. Condenou então severamente a doutrina que dá aos homens o direito de explorar outros homens e, também combateu a idolatria, defendendo a crença em um único Deus todo-poderoso. Finalmente os brâmanes decidiram que ele devia morrer. Advertido pelos sudras, Jesus abandonou a Índia e alcançou o Nepal.
Depois de aprender a língua páli, deixou o Nepal e caminhou em direção ao oeste, passando pela Cachemira e chegando à Pérsia (hoje Irã), onde os sacerdotes proibiram o povo de ouvi-lo. Como o povo desobedecesse a proibição, Jesus foi preso e solto pouco depois. Aos 29 anos Jesus empreende viagem de volta a Israel, onde chega um ano depois. A partir daí, os manuscritos de Notovitch, segundo Andreas, se confundem com os textos bíblicos.
Depois de comparar as filosofias desse Isa descrito por Notovitch, do Jesus da história cristã e do profeta que voltou à Índia e se fixou na Cachemira após a crucificação, Andreas conclui que os três são uma só pessoa.

Mulher, filhos e um descendente vivo até hoje

Para Andreas, desde o início de sua fuga, Jesus pretendia chegar à Cachemira, para cumprir uma missão: reunir as tribos perdidas de Israel, que se espalharam pela Ásia depois do grande cisma. Segundo Andreas, havia indícios de que os sobreviventes das dez tribos se estabeleceram quase todos na Cachemira e alguns no Afeganistão e no Paquistão.
Baseado nos documentos recolhidos pelo professor Hassnain, Andreas reconstitui a trajetória que Jesus percorreu da Palestina até a Cachemira: “Ele e sua mãe, Maria, tiveram que emigrar da Palestina e partir para um país longínquo, passando de país a país. Acompanhou-os na fuga Tomás, um dos discípulos de Jesus. Encontramos rastros de Jesus na Pérsia, no Afeganistão e na localidade de Taxila, no Paquistão. Saídos de Taxila, Jesus, Maria e Tomás rumam em direção à Cachemira, mas Maria não chega a ver a “Terra Prometida”; não suportando mais as penas da longa viagem, morre no povoado de Murree”.
Andreas prossegue: “De Murree, Jesus entra na Cachemira por um vale que até hoje se chama Yusmarg (o vale de Yusu). Na Cachemira, Jesus teve mulher e filhos e até hoje mora em Srinagar o senhor Sahibzada Bashrat Saleem, que conserva a árvore genealógica completa de sua família, de Jesus até ele”.
A cena da morte de Jesus, Andreas transcreve do livro Ikmalud-Din, do escritor e historiador oriental Shaikh AL As’id us-Sadiq, morto no ano de 962: “Jesus, ao sentir a aproximação de sua morte, mandou buscar seu discípulo Ba’bat (Tomás) e expressou a este seu último desejo: que se construísse uma tumba sobre seu corpo no lugar onde expirasse”.
Esta tumba, segundo Andreas, está em pleno centro da cidade de Srinagar, capital da Cachemira. À entrada da tumba lê-se a inscrição Rozabal, que quer dizer o túmulo do profeta.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


Telepatia
Hoje, mistério. No futuro, talvez uma terrível arma secreta.
As pesquisas mundiais sobre telepatia estão muito adiantadas. Conheça aqui o que já se sabe e o que se supõe a respeito desse fenômeno.

Texto de Robert Stafford

A telepatia vem se tornando cada vez mais objeto de sérios estudos por parte de cientistas do mundo inteiro, especialmente dos EUA e União Soviética. (Esta matéria foi publicada em 1978). Todo esse interesse, segundo alguns especialistas, vem do fato de que a telepatia é muito mais importante para a humanidade do que pensam os céticos. Se mal usada, por exemplo, ela poderá servir para manipular as mentes de populações inteiras – será, talvez, a mais poderosa arma secreta do futuro. Já faz uns 100 anos que a palavra telepatia foi criada - e definida como “a comunicação de impressões de qualquer tipo entre duas mentes, independentemente dos canais sensoriais conhecidos”. Nestes 100 anos, reuniram-se muitas provas de que a telepatia é uma realidade, embora ainda não se saiba exatamente como ela se processa. Não faltam especulações explicativas a respeito do fenômeno. Alguns pesquisadores afirmam que a telepatia é um fenômeno puramente físico, enquanto outros o definem como puramente psíquico. Outros contestam as duas definições, alegando que tudo o que se pode afirmar com certeza é que dois centros nervosos mantêm uma temporária relação que transcende a faixa das influências sensoriais conhecidas da ciência.
Há também os que defendem uma tese ainda mais especulativa: a de que, no misterioso processo da transferência de pensamento, a segunda pessoa não é diretamente influenciada pela primeira, funcionando apenas como receptora das mensagens de uma Supermente, a qual todas as outras estão ligadas. Seja qual for a explicação que se queira dar ao fenômeno telepático, não se pode é negar que ele exista. A comunicação por telepatia é muito comum, por exemplo, entre mães e filhos. O professor W.H.C Tenhaeff, holandês, especialista em percepção extra sensorial, estudou profundamente o caso de uma senhora que, durante a gravidez do terceiro filho, sonhou que, se desse a luz à uma menina, esta viveria poucos dias. Nasceu uma menina e apesar das garantias do médico de que o bebê era perfeitamente normal, a mãe entrou num estado de inquietação que beirava o pânico. Ela contou a Tenhaeff que não conseguia se livrar da visão do sonho, apesar de se esforçar nesse sentido. Seu marido, o médico e as enfermeiras do hospital onde estava internada fizeram tudo para tranqüilizá-la, sem resultado. Até que, no quarto dia depois de nascida, a menina foi encontrada morta no berçário. Diz Tenhaeff: “Quanto mais estudamos casos como esse, mais somos levados a considerar que a intuição materna é uma forma toda especial de percepção extra-sensorial. Há uma estranha combinação de telepatia e premonição na base da relação mãe-filho”. Além dos casos de comunicação telepática registrados no seio das famílias e, especialmente entre mães e filhos, existem numerosas outras provas de que a telepatia não é uma fantasia mística. Um caso de poder telepático que ficou recentemente famoso no mundo inteiro é o de Uri Geller, que alguns céticos chamaram de “um duvidoso mágico de cabaré”. Mas os céticos não foram a maioria; cientistas de várias áreas fizeram todo tipo de teste com ele, constatando seus dons extra-sensoriais. Geller foi submetido a testes rigorosos no Instituto de Pesquisas Stanford, na Califórnia. O físico Ted Bastin, um dos que observou os testes, declarou: “As coisas que eu vi Geller fazer são absolutamente notáveis. Ele entortou objetos sem tocar neles e fez outros se movimentarem pela sala. Diante de um fenômeno como esse, não se pode querer conservar, a qualquer custo, uma visão científica ortodoxa. Geller é genuíno. Não existe qualquer truque por trás do que faz”.

Duas mentes se comunicam a 2.000km de distância

Na União Soviética, as pesquisas sobre telepatia têm sido intensificadas a cada ano. Certos de que todo ser humano tem dentro de si a capacidade de transmitir e receber pensamentos, não importa a que distância e quais as barreiras, os cientistas russos começam a divulgar suas pesquisas sobre o fenômeno telepático. No dia 19 de abril de 1966, Karl Nikolaiev desembarcou de uma avião na cidade de Novosibirsk, na Sibéria, dirigindo-se imediatamente para o bairro Academgorodok, que é uma verdadeira cidade científica. Ali, cientistas de várias especialidades dispõe de todas as facilidades para realizar suas pesquisas. A média de idade é de 30 anos. O QI médio é de 130 pontos. Nikolaiev era o homem escolhido para servir como receptor de mensagens telepáticas a serem enviadas de Moscou, a mais de dois mil quilômetros de distância. Ele devia provar que duas pessoas espiritualmente sintonizadas podem entrar em contato sem precisar de máquinas, não importa a distância que as separe. Era meia noite na Sibéria. Em Moscou, os relógios do Kremlin bateram oito horas. Yuri Kamensky, biofísico, recebeu de um grupo de cientistas um pacote lacrado e foi trancado num quarto à prova de radiação.
- Eu não sabia o que devia transmitir telepaticamente a Nikolaiev – disse ele. – Só sabia que se tratava de seis objetos que a comissão entregaria em pacotes lacrados. Eu teria dez minutos para a transmissão de cada objeto. No primeiro pacote, vi uma mola de metal, formada de sete espirais duros. Peguei a mola e deixei que meus dedos sentissem suavemente as espirais. Tentei imaginar que estava sentado em frente a Nikolaiev e, então, tentei ver a mola com os olhos de Nikolaiev. A dois mil km de distância, Nikolaiev se concentrava. Testemunhas oculares viram seus dedos fecharem ao redor de algo visível apenas por ele. Nikolaiev escreveu então: “redondo, lustroso, parece uma bobina de fios de aço, um carretel”. Depois, quando Kamensky se concentrou numa chave de fenda com um cabo preto de plástico, Nikolaiev anotou: “comprido e fino... metal... plástico... plástico preto”. Após a experiência, Kamensky, o transmissor, declarou:
- Parece que todos têm dentro de si a possibilidade latente de transmitir e receber. Mas, como ocorre com qualquer possibilidade latente, esta também tem que ser desenvolvida e treinada. E há pessoas que têm, naturalmente, mais talentos que outras.

Todos nós possuímos forças telepáticas latentes?

Durante outras quatro noites daquele mês de abril, o “receptor” Nikolaiev tentou entrar em contato com alguns outros “transmissores” em Moscou. Um deles, o estudante A. G. Arlashin, escolheu seis objetos entre vários colocados à sua frente numa mesa. Um dos objetos era um halter. Em Novosibirsk, Nikolaiev registrou: “metal, comprido, redondo, grosso... duro, não é de cromo, uma vara de aço... pesada. Um halter, talvez...” Entretanto, Nikolaiev encontrou maior dificuldade em sintonizar os pensamentos de Arlashin do que os de Kamensky. E concluiu que a causa era a dúvida de Arlashin, que não sabia escolher entre os objetos na mesa. Os parapsicólogos russos concordam com ele, sustendando que, se os pensamentos dos transmissores forem vagos ou hesitantes, também as imagens recebidas pelo receptor se tornarão vagas e nebulosas.
Nikolaiev descreveu 50 dos objetos transmitidos de modo satisfatório, declarou, após as experiências, o Dr. Ippolit Kogan, diretor do Laboratório PSI, em Moscou, um órgão que estuda fenômenos parapsicológicos. A imprensa e os cientistas estavam excitados. O engenheiro Victor Propokin escreveu no Pravda que o sucesso de Nikolaiev na Sibéria convenceu-o de que todas as pessoas têm forças telepáticas latentes, em diversas graduações e que essas forças podem ser treinadas. No mesmo jornal, o Dr. Kogan escreveu: - Se os resultados desses e outros testes forem considerados com a reserva necessária – ceticamente, mas também sem preconceitos – não há dúvida de que a parapsicologia, com todo seu mistério, em breve será aceita como ciência.

Aparelhos registram: o cérebro recebeu a mensagem

Testes importantes com Nikolaiev e Kamensky foram feitos também no laboratório da Universidade de Leningrado. Nikolaiev, o receptor, ficou nesta cidade, trancado num quarto isolado, mas ligado a um eletroencefalograma por meio de eletrodos. Deram-lhe meia hora para relaxar completamente, o que é necessário para estimular a sensibilidade telepática. Em Moscou, também isolado num espaço fechado, Kamensky se preparava para a transmissão.
A eletrofisióloga Luisia Palowa e o matemático Genady Sergeyev mandaram Nikolaiev abrir e fechar a mão cada vez que sentisse uma coisa diferente. O movimento seria registrado pelo aparelho, fora do quarto e mais tarde Nikolaiev explicaria os sinais. Ele não sabia em que momento, durante quanto tempo e quantas mensagens Kamensky transmitiria. O aparelho foi ligado. Computadores zuniram e logo apareceram no papel as linhas calmas das ondas alfa, indicando que Nikolaiev estava sereno e relaxado. Num dado momento, Kamensky, fechado em seu quarto à prova de radiação, em Moscou, começou a transmitir. Exatamente três segundos mais tarde a imagem do cérebro de Nikolaiev mudou totalmente. Assim, os russos conseguiam registrar o preciso momento em que a mensagem telepática alcançava o cérebro. Os jornalistas escreveram: “Se o teste pode ser repetido e repetido com resultado positivo, então será comprovada a hipótese da telepatia”. A experiência foi repetida com sucesso. Num relatório escrito em 1967, a Drª Palowa afirmava: Temos que fazer mais experiências a longa distância para podermos chegar a conclusões definitivas. Mesmo assim, os resultados de nossos testes – realizado numa distância média de 600km, dão muita esperança. No mesmo relatório, ele observa que, curiosamente, o eletroencefalograma sempre registrava a mensagem cinco segundos antes que Nikolaiev a registrasse conscientemente. E, ainda mais imortante, a recepção da mensagem era registrada em diversas regiões do cérebro de Nikolaiev. Por exemplo, quando a mensagem transmitida era visual – um maço de cigarros vazio – a mensagem se concentrava na occipital, a parte atrás da cabeça, isto é, o centro onde normalmente as impressões visuais são registradas. E quando se transmitiam sons, como uma série de zunidos ou sons de flauta, a atividade do cérebro se concentrava na região atrás das têmporas, onde normalmente o cérebro registra os sons.

Os astronautas poderão “falar” com a Terra

A fonte de telepatia, evidentemente, não deve ser procurada na cama da consciência onde se formam as palavras de um idioma, mas numa camada mais profunda. Em 1967, a revista científica Notícias Marítimas informou: “Cosmonautas descobriram que no espaço eles eram capazes de comunicar-se com muito mais facilidade, telepaticamente, do que na Terra. Por isso, no programa de treinamento de cosmonautas foi inserida uma nova matéria: “treinamento psi”.
Os parapsicólogos russos acreditam que a telepatia será a única forma de comunicação possível entre cosmonautas de nosso planeta e cosmonaves de outras terras. E como a distância não parece influir muito na intensidade da mensagem, nem existe um elemento conhecido capaz de barrar o caminho do pensamento telepático, acredita-se que num futuro longínquo só se usará a telepatia entre a Terra e outros planetas. O Dr. Kogan acha perfeitamente possível utilizar a telepatia em vôos espaciais, apontando as vantagens do método:
- Imagine que um rádio pife num vôo espacial. Então, um membro da tripulação só precisará, por exemplo, transmitir o número “5” telepaticamente para a Terra, a fim de comunicar que algo está errado e que a base tem que tomar providências. Kogan também admite a possibilidade de expedições perdidas na Terra transmitirem um SOS telepático. Assim, submarinos conseguiriam entrar em contato com a terra ou com outros navios, já que o rádio comum não funciona debaixo d’água.
Segundo revelou em 1959 a revista francesa Science ET Vie, os americanos já estavam fazendo testes telepáticos entre o submarino atômico Nautilus e a terra. Apesar de o governo americano ter desmentido a notícia, os russos começaram a redobrar seus esforços nesse campo.
- Fizemos pesquisas exaustivas e secretas a respeito da telepatia já na época do governo Stalin. Hoje é a América que está fazendo testes com seus submarinos. Nós já os fizemos antes. É essencial que recomecemos – disse, em 1960, o Dr. Vasiliev, membro da Academia de Ciências da União Soviética e presidente da Faculdade de Fisiologia de Leningrado, que depois se tornou diretor de um laboratório parapsicológico naquela cidade. Na década de 60, os russos reiniciaram seus testes de comunicação entre submarinos e a terra. Cientistas separaram coelhinhos recém-nascidos de sua mãe, levando-os à um submarino que mergulhou até uma considerável profundidade. A coelha ficou na terra, seu cérebro ligado por eletrodos a um EEG (eletroencefalograma). No submarino, em horários pré determinados, os coelhinhos foram mortos, um a um. E a cada vez, o cérebro da coelha mãe, lá na terra, reagia.

Um veículo eficaz de propaganda subliminar?

Diversos cientistas do mundo comunista acreditam que a telepatia pode ser reforçada, da mesma forma que as ondas de rádio. Se isso for realmente verdade, os arquitetos do futuro terão que enfrentar um novo problema: construir casas à prova de telepatia. Será provavelmente uma tarefa difícil, pois os testes feitos até hoje ocorreram sob as condições mais diversas: em salas à prova de radiação, debaixo d’água, a grandes distâncias, etc. Contra todos os tipos de radiação já se inventou uma ou outra proteção, mas não contra a telepatia. A não ser os próprios pensamentos.
As pesquisas de Annie Besant e Leadbeater sobre forma-pensamentos, mostram que pensamentos dirigidos a nós só podem adquirir força se alguma coisa dentro de nós corresponde àquele pensamento. Tudo depende de nossa estrutura parafísica e essa é formada pelo nosso modo de viver, sentir, agir, pensar, que pode (ou não) constituir uma barreira instransponível a tudo que vem de fora.
Em experiências feitas ainda antes da Segunda Guerra, o Dr. Vasiliev provou que é possível influenciar uma pessoa a grande distância, assim que ela caia no sono. E se é verdade que radiações telepáticas podem ser fortalecidas infinitamente, nós não precisamos de muita imaginação para cogitar da telepatia como uma nova arma secreta. O físico polonês Stefan Manczarski chegou a falar da telepatia como meio de propaganda. Seria, segundo ele, um meio de propaganda extremamente eficaz.
Eficaz, sem dúvida e por isso mesmo muito desagradável. Já imaginaram os riscos que a humanidade correria se aqueles que detêm o poder fossem capazes de influenciar diretamente as mentes das pessoas?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009





Foto de satélite da cidade de Brasília: como um grande pássaro voando para o Leste.

Brasília,
Uma cidade que revela os caminhos do espírito.


No século passado, São João Bosco teve um sonho-visão que mostrava o nascimento de uma nova civilização no Plano Central do Brasil. Depois dele, outros apontaram Brasília como uma cidade predestinada. Há dois anos, examinando a planta da capital, o professor Ignácio da Silva Telles identificou alguns símbolos esotéricos da tradição antiga. Comemorando os dezoito anos que Brasília completa neste mês de abril (esta matéria é de 1978), Planeta entrevistou o professor, que fala aqui de suas observações sobre o traçado e a arquitetura da cidade.

As cidades são, de certa forma, como as pessoas. Cada uma com sua personalidade. Assim, há as cidades-fortaleza, rodeadas de muralhas, feitas para defender seu povo. Há cidades destinadas à atividades agrícolas. Há cidades de pescadores, como as do Norte da Escócia. Há cidades comerciais, localizadas em lugares de passagem. E há também cidades como Auroville, no Sul da Índia, construída para o cultivo do espírito. Foi em busca desta personalidade que o professor Ignácio da Silva Telles examinou pela primeira vez a planta de Brasília. Com os conhecimentos que adquiriu após muitos anos de estudos espiritualistas, principalmente da cabala judaica e da simbologia nas religiões, ele acredita ter descoberto em Brasília uma cidade predestinada, uma cidade construída segundo a tradição que deu origem às mais altas manifestações culturais da humanidade.
Planeta: Professor, diga-nos alguma coisa sobre a significação dos símbolos que identificou na planta de Brasília. Por exemplo, a forma de avião que se vê no plano- piloto tem alguma coisa a ver com o simbolismo?
Ignácio da Silva Telles: Parece-me que sim. Só que, em vez de forma de avião, prefiro ver naquele desenho um grande pássaro voando. E, repare bem, este pássaro vai voando do oeste para o leste, do ocidente para o oriente. Ora, nas histórias antigas de alta inspiração, em várias civilizações diferentes, o dirigir-se para o oriente significa estar indo em busca de onde o Sol nasce, ou seja, da fonte da luz.

Sim, mas esta posição geográfica da cidade não resultaria de uma simples coincidência?
Talvez sim. Como talvez sejam coincidências o comprimento das asas do pássaro, medindo 15 km de ponta a ponta; e o comprimento do eixo monumental, que seria o corpo do pássaro, medindo 6 km; e também a leve inclinação deste eixo para o sudeste e não apontando rigorosamente para o oriente. E talvez seja também coincidência que entre os dois prédios de 28 andares que se erguem em forma de colunas no conjuntos de edifícios do Poder Legislativo, no solstício de verão, olhando-se do lado de quem vem do eixo, vejamos o Sol nascer e se erguer. Como podem ser coincidências tantas outras coisas, todas rigorosamente correspondentes a símbolos esotéricos. Não pretendo tirar conclusões nem sugerir teorias a respeito. O que faço é apenas apresentar alguns fatos curiosos.
Um pássaro que voa em busca da grande fonte de luz

Você mencionou o comprimento de 15 km das asas do pássaro de Brasília. Que importância tem isso?
Sempre se entendeu que o 15 é o número que representa a máxima energia possível de qualquer potencialidade. No texto do Gênese que se refere ao dilúvio, por exemplo, conta-se que depois de quarenta dias de chuva, as águas haviam subido de tal maneira que chegaram a passar 15 côvados (medida antiga), uma das mais altas montanhas, como que a dizer que estavam com o máximo poder de destruição. E no Novo Testamento, no Evangelho Segundo João, lê-se que Betânia, a cidade em que lázaro Havaí morrido, distava 15 estádios de Jerusalém. O que significa que Lázaro morreu na maior distância possível dessa cidade sagrada. São 150 os salmos atribuídos a Davi e 150 as Ave-Marias do rosário. E o que é o 150 senão o 15 exaltado, 10 vezes multiplicado? O que observamos em Brasília é o grande pássaro voando em busca da fonte da luz, no dia de maior luz do ano (solstício de verão), com a força do número 15 em suas asas.
E o que significa o número 6, dos 6 km do eixo monumental?
No contexto geral do simbolismo de Brasília, o número 6 se refere à nós, seres humanos, nascidos no sexto dia da criação, presos por um lado às solicitações do mundo e, por outro, ansiando por alguma coisa que nem sabemos o que seja – estranha nostalgia que não permite que nosso tumultuado coração se aquiete.
Você se referiu aos edifícios que formam o conjunto onde funciona o Poder Legislativo. Além da beleza de sua arquitetura, o que mais pode nos dizer sobre eles?
Realmente são belíssimos e, de certa maneira, dominam a paisagem na cidade. Vistos em conjunto, apresentam claramente o formato de um símbolo fálico. Aliás, itefálico, isto é, do falus em condição de exercer a sua mais nobre função. Entretanto, não devemos observá-lo pela perspectiva total de uma estreita mentalidade materialista. O erótico desse conjunto arquitetônico, assim colo logo demonstrarei, refere-se ao Eros dos gregos antigos, o impulso energético que impregna absolutamente todas as coisas de todo o universo e em virtude do qual tudo, na criação inteira, se encontra em perpétuo movimento, e que a tudo vai fazendo sofridamente evoluir em busca do retorno ao Princípio, onde tudo foi gerado. É esse Eros a que se refere Dante no final da Divina Comédia: “O amor que move o Sol, e as demais estrelas”. Este mesmo Eros que, no ser humano, deve ser conscientemente cultivado ao mais alto grau, no sentido de se querer amar cada vez mais vigorosamente e cada vez mais alto, até se chegar àquele estado ao qual se dava o nome de virilidade transcendental.

Duas semi-esferas a nos ensinar o que devemos fazer

Mas quais são os motivos que o levam a considerar esses edifícios como símbolo da virilidade transcendental? Por que não aceitá-los simplesmente como símbolos fálicos no sentido freudiano?
Sobretudo por três motivos: O primeiro é a forma de semi-esfrera dos edifícios onde funcionam a Câmara e o Senado. O segundo são os dois edifícios do fundo, que se erguem paralelos e não apenas um, o que seria razoável se se tratasse de um símbolo teramente freudiano. O terceiro é o fato de esses dois edifícios terem, acima do nível do solo, 28 andares.
Explique-nos o primeiro motivo
As duas semi-esferas foram colocadas, uma em relação à outra, em posição contrária: a da Câmara como se fosse aberta para o alto, a outra, a do Senado, para baixo. A primeira, como que a receber dos céus a luz, o calor e as demais vibrações que ainda mal supomos que existem, todas elas em conjunto denominadas de vibrações ourânicas. A segunda, voltada para a terra, como que a receber as vibrações telúricas. Duas semi-esferas a nos ensinar o que devemos fazer: abrir-nos para recebermos as forças da natureza. Lição de primeiríssima importância, sobretudo para nós, deste século 20; nós que tivemos nossas raízes arrancadas e nos mantemos desvinculados da natureza, com todo o nosso ser trancado, recusando-se a receber a influência dos céus e da terra. As duas semi-esferas estão ali para nos dizer que, se de fato queremos sobreviver no áspero mundo de hoje, isto é, se quisermos fazer sobreviver o que ainda resta de humano em nós, se realmente for nossa vontade segurar em nossas mãos as rédeas de nosso destino interior e não permanecer apenas como joguetes de nossos ímpetos menores, devemos procurar nos aquietar, deixando adormecer a turva agitação do mundo lá fora e adormecer também a turva agitação de nosso mundo interior, para então poder seguir a lição das duas semi-esferas, atentando sem pressa para os infinitos céus e para a terra que em nós habitam, auscultando o ritmo cósmico de suas pulsações profundas. Vacate et videte (aquieta-te e conhece), diziam os sábios os sábios antigos de todas as grandes civilizações do mundo. Be quite and know, ecoavam os maravilhosos poetas ingleses do século 17. E então, sem espanto ou susto, muito tranquilamente passaríamos a entender, sem nenhuma explicação, porque o mundo existe e por que vivemos. Esse desenvolvimento interior visa a atingir aquele estágio de virilidade transcendental.

Uma cidade que segue a dança do Sol em seu giro anual

E quanto ao segundo motivo, referente aos dois edifícios, qual q relação que pode haver entre eles e a virilidade transcendental?
Esses dois edifícios estão localizados de tal maneira que, para quem, situado ao longo do eixo monumental, os observa no solstício de verão, vê de madrugada o Sol se erguer exatamente entre eles. Portanto, são esses dois edifícios que deram a direção da principal artéria de Brasília e, por conseguinte, também determinaram a disposição de toda a cidade. Brasília foi construída a partir de uma rigorosa observância dos pontos cardeais e, mais do que isso, da observância também da dança do Sol em seu giro anual pela faixa do zodíaco. Sua posição corresponde, portanto, a um relacionamento preciso com o movimento dos astros no firmamento. Esse critério era o que norteava na Europa, até a Renascença (em certos casos até fins do século 17, como no caso do Palácio de Versalhes), a construção dos edifícios de grande importância para a vida dos povos. Agora, em nosso país, não é apenas um edifício, mas toda uma cidade que assim foi construída.
Sim, mas e quanto à questão da virilidade transcendental propriamente dita?
Vamos à ela: O Trópico de Câncer, no hemisfério Norte e o Trópico de Capricórnio, no hemisfério Sul, são linhas paralelas que dão o limite até onde o Sol chega todos os anos, devido à inclinação do eixo da Terra. Como sabemos, o Sol, ao se aproximar do Trópico de Câncer, faz alongar os dias e diminuir as noites, produzindo o verão no hemisfério Norte e, obviamente, o inverno no hemisfério Sul. Seis meses depois, ao ir chegando no Trópico de Capricórnio, produz o verão no Sul e o inverno no Norte. Essas duas linhas marcam os limites da viagem solar. Ora, se pusermos essas duas linhas em posição vertical, teremos duas colunas. Há outras duas colunas simbólicas na história, como as colunas do primitivo templo de Jerusalém, o templo de Salomão, as colunas de Hércules e ainda as duas portas do templo de Janus, na Roma antiga.

Os 28 degraus que nos levam à plenitude da vida

Mas qual o exato simbolismo das duas colunas? Apenas o limite da viagem solar?
É simples. Se o sol chega até cada uma das linhas, (cada uma das colunas), sem as ultrapassar, assim também a nossa curiosidade intelectual e o nosso ímpeto de alma para uma vida em plenitude não devem transpor os limites impostos pelas duas colunas de nossa vida interior. Essa limitação, porém, implica, por outro lado, na obrigação de se fazer tudo para atingir esses limites, ou seja, no dever de nos desenvolvermos até alcançarmos o marco das duas colunas. Ora, acontece que cada um de nós já nasce com disposições peculiares para esta ou aquela atividade, incluindo-se, entre elas, inclinações para formas diversas de desenvolvimento psíquico. Isso quer dizer que não podemos alargar os limites estabelecidos por nossas colunas interiores, mas dentro desses limites podemos evoluir ao nível máximo. Nas palavras da velha tradição, cada um de nós pode galgar 28 degraus para se desenvolver em direção à maior plenitude da vida. E os 28 andares dos dois edifícios do Legislativo correspondem aos 28 degraus de que nos fala a antiga tradição.
Ainda não chegamos à ligação desses dois prédios com a virilidade transcendental...
Vamos chegar... O desenvolvimento do ser humano, galgando os 28 andares, não se resume na aquisição de mais e mais conhecimentos, aquisição essa que seria apenas acúmulo de erudição, um mero cultivo quantitativo de inteligência. No desenvolvimento verdadeiro a que estamos nos referindo, o principal é o alargamento da consciência e, consequentemente, da sabedoria. É certo que este é um desenvolvimento sofrido, pois para alcançar os bens maiores, precisamos ir renunciando aos menores. Santo Agostinho dizia: “Inquieto é o nosso coração, Senhor, até que repouse em vós”. Somente o conhecimento do bem supremo, ou do belo, ou da verdade, fará desaparecer em nós qualquer solicitação por bens menos altos. Somente a adesão de nossa vontade a esse supremo bem nos libertará completamente de todos os outros. Por essa razão é que Cristo disse: “A verdade vos tornará livres”. E a conquista dessa verdade, desse supremo bem, nada mais é que a conquista da virilidade transcendental. A cultura humana possui muitas histórias que contam a aventura dessa conquista: a dos argonautas em busca de do tosão de ouro; a dos trovadores medievais cantando a luta da princesse lointaine; a dos cavaleiros da Távola Redonda em busca do Santo Graal; à de Ulisses querendo retornar ao trono de seu reino; a de Peleus procurando pelo mundo a deus Tétis; e tantas outras, desde o antigo Egito.

O valor secreto do homem é sempre infinitamente amplo

E por que são 28 os degraus dessa iniciação?
Não me é possível responder frontalmente a esta pergunta, assim como eu seria incapaz de explicar o que entendo numa sonata de Mozart. São realidades que, mesmo quando compreendidas, permanecem além do reino da razão humana e, portanto, fora do alcance das palavras. Para se entender música, é preciso além do sentido da audição, que se tenha também ouvido musical. Da mesma forma, para se entender a siginificação verdadeira dos símbolos esotéricos, é preciso, além da faculdade racional, que se tenha um especial “ouvido” para os símbolos. E entre os símbolos, os números têm especial importância. Sobre o 28, então, posso dizer algumas poucas coisas. Por exemplo, que ele é o produto de 4 vezes 7. E 7 é o número da realização plena. O sétimo dia é o que vem depois da criação; e Henoch, o sétimo dos varões no Gênese, andou nos caminhos do Senhor e foi arrebatado aos céus. E o 4? Bem, temos que vencer os 4 elementos para chegar à 5ª essência; que absorver 4 formas de conhecimento; que passar pelos 4 batismos; o da terra, o do fogo, o do ar e o da água. O 4 indica etapas à serem vencidas. 4 vezes 7 quer dizer então, que de 4 formas diferentes, devemos chegar ao 7 para atingir a realização total do Homem verdadeiro em 28. Além disso, 28 também é o valor secreto de 7. Qualquer número, além de seu valor próprio, possui um valor secreto. O número 5, por exemplo, em seu valor próprio é mais que 4 e menos que 6. Porém, o 5, para ser 5, precisa necessariamente que 1 exista, em toda a sua virtualidade e mais o 2, o 3 e o 4. Ora, somando-se todos os números anteriores e mais o próprio, obtêm-se o que era chamado, na doutrina da tradição, o valor secreto do número. Assim, o valor secreto de 5 é 15 e o de 7 é 28. Do mesmo modo que os números têm seu valor secreto, nós também o temos, somando-se os fatores que contribuíram para que agora nós sejamos o que somos. Em verdade, infinito é o número de fatores que nos produziram, pois que podemos remontá-los a partir da história próxima de nosso ambiente familiar e social até a mairs remota antiguidade do ser humano emergindo da animalidade e assim por diante, até a formação do sistema solar e mesmo infinitamente mais distante. Portanto, nosso valor secreto nos aponta para uma meta no infinito diante de nós. E realmente, nossa meta verdadeira é bem além de todo o pensar, de todo o imaginar e de todo o querer consciente. Nós somos um inseto em busca do Absoluto. Os 28 andares, enquanto valor secreto do número 7, procuram acordar em nós reflexos adormecidos de nossa verdadeira fisionomia humana, confusas e apagadas lembranças do que realmente valemos. Espantosamente nos dias de hoje, Brasília é mais uma vez o pronunciamento da velhíssima lição, que tão raramente conseguimos aprender:

Todo nosso saber é saber Deus.
Todo nosso pensar é pensar Deus.
Todo nosso querer é querer Deus.
Todo nosso amar é amar Deus.
Todo nosso viver é viver Deus.