segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pode ser...


Pode ser que um dia deixemos de nos falar...

Mas, enquanto houver amizade,

Faremos as pazes de novo...



Pode ser que um dia o tempo passe...

Mas, se a amizade permanecer,

Um do outro haveremos de nos lembrar...



Pode ser que um dia nos afastemos...

Mas, se formos amigos de verdade,

A amizade nos reaproximará...



Pode ser que um dia não mais existamos...

Mas, se ainda sobrar amizade,

Nasceremos de novo, um para o outro...



Pode ser que um dia tudo acabe...

Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,

Cada vez de forma diferente,

Sendo único e inesquecível cada momento

Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre...



Há duas formas para viver sua vida:

Uma é acreditar que não existe milagres...

A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre...



Albert Einstein

1879 - 1955

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Não importa em quantos pedaços seu coração foi partido...


Depois de algum tempo você aprende a diferença (a sutil diferença), entre dar a mão e acorrentar uma alma... E aprende que amar não significa apoiar-se e que companhia nem sempre significa segurança... E então começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar as suas derrotas com a cabeça erguida, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança... E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos e o futuro tem o costume de cair no meio... Depois de um tempo você aprende que o Sol nos queima se ficarmos expostos por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam! E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e precisará saber perdoá-la... Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas alguns segundos para destruí-la... E que você pode fazer coisas num instante das quais se arrependerá pelo resto da vida... Aprende que as verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida... E que os bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam; percebe que o seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem mais se importa na vida são tiradas de você muito depressa... muito depressa...  Por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pois  pode ser a última vez que as vejamos... Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser e que o tempo é curto... muito curto...  Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde vai... mas se não sabe para onde vai, qualquer lugar serve... Aprende que, ou controla os seus atos ou eles o controlarão  e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados... Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que aprendeu com elas do que com quantos aniversários celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em si do que supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são tolices, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel... Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que quer, não significa que esse alguém não o ame com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, será também em algum momento julgado e condenado... Aprende que não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido, o mundo não pára para que o conserte... Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante o seu jardim e decore a sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores... E você aprende que realmente pode suportar. Que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não podia mais... E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! (W.S)


Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia.
William Shakespeare

terça-feira, 27 de julho de 2010

TELEPATIA


NÃO APENAS IDÉIAS, MAS TAMBÉM EMOÇÕES E SENTIMENTOS SÃO TRANSMITIDOS POR TELEPATIA

No sexto capítulo de seu livro, Henry Gris e William Dick contam como conseguiram contatar Yuri Kamensky, considerado o maio telepata da antiga União Soviética. Kamensky e seu companheiro Nikolaiev foram desmoralizados por uma revista oficial soviética. Mas a realidade de seus poderes paranormais é confirmada por alguns dos maiores parapsicólogos russos, que com eles realizaram testes não apenas de transmissão de idéias concretas, mas também de sentimentos e sensações, como calor, frio, medo, etc.

Por Henry Gris e William Dick


 
Procurávamos os famosos telepatas Yuti Kamensky e Karl Nikolayev. Este último continuava com os testes mesmo depois da investida da Gazeta Literária e achamos que ele seria o primeiro a aparecer. Mas ele sumiu. Diversas vezes nos disseram que ele não podia ser localizado, pois viajava com um grupo de teatro.
Apesar do fracasso do teste Moscou-Kerch, Kamensky apareceu por um curto período. Não trabalhava mais como telepata. Avisou que nos receberia, mas à ultima hora mandou dizer que estava com gripe. “Estar com gripe” na Rússia, é como “estar em reunião”, nos EUA.
“Vocês tem que compreender” , disseram-nos. Estes homens sofreram muito depois do teste da Gazeta Literária. As críticas os abalaram particular e publicamente. Hoje evitam publicidade”.
Mas decidimos tentar novamente, em Leningrado, num domingo pela manhã. Falaríamos com Kamensky pelo interurbano. Sabíamos o número de seu telefone em Moscou.
Estávamos sentados na suíte vermelha do hotel Astória quando conseguimos a ligação. Ouvimos o fone tocar e por fim alguém disse: “Kamensky falando”. Rapidamente ligamos o gravador e dissemos:

- Como vai, Yuri Ivanovich?
- Tudo normal. Sinto-me bem. Quem está falando? – respondeu alguém um tanto bruscamente.
- somos jornalistas americanos e estamos tentando falar com você há duas semanas. Estamos em Leningrado.
- Ah, sim... Eu sei... Como estão? – Kamensy respodeu. Sentimos que conversaria conosco, mas que estava desconfiado. Tínhamos que tomar cuidado.
- Estamos bem. Sabia que suas experiências com telepatia a longa distância são conhecidas fora da União Soviética?
- Sim.
- Muitos tem se interessado. Por tanto, se não se incomodar, poderíamos conversar um pouco sobre o assunto. Você vai continuar com este tipo de experiência?
(Silêncio). Depois, um pouco hesitante, mas mostrando um pouco mais de confiança, ele disse:
- Afastei-me desse tipo de trabalho. Fiz as experiências nas minhas horas de folga, mas meu trabalho hoje é duro e as horas são longas. Não tenho tempo.
- Mas, tendo esta rara faculdade, não acha que deveria continuar com as experiências?
Ele hesitou e disse:
- Sim. Este trabalho é importante.
Sua voz, que mostrava certa angústia, ficou mais firme.
“O que é importante é que os testes sejam feitos em níveis mais altos do que os que tentamos. As experiências foram feitas com entusiasmo, mas ficaram entre o amadorismo e o profissionalismo”.

TUDO COMEÇOU QUANDO EU TINHA DEZ ANOS

- Você não está sendo injusto consigo mesmo? Falamos com Sergeyev, Inyushin e Adamenko. Eles são cientistas sérios. Elogiaram suas experiências. Estudam a telepatia cientificamente.
Ouvimos um suspiro do outro lado da linha.
- O que você é diz é verdade. Mas o que vocês não compreendem é que só podemos chegar à “ciência” pelo governo. As experiências precisam ser feitas por instituições governamentais. E, como estas não existem, não temos onde fazê-las. Temos que trabalhar sozinhos, com coragem, entusiasmo, fé e convicção.
Sentia-se que sua rebeldia e sua força cresciam. E parecia que ele confiava em nós. Olhamos um para o outro e sacudimos a cabeça. Tínhamos que cruzar os dedos e esperar. Devíamos tentar fazê-lo falar mais um pouco?
- Como é que começou? Durante sua infância?
- Sim. Na infância. Eu tinha uns dez anos de idade. Não me lembro da ocasião. Os incidentes são insignificantes. Nossa família viajava pela União Soviética, mas eu passava a maior parte do tempo em Moscou. Também moramos na Sibéria e na Mongólia. Viajávamos com nosso pai.
- Seu pai transmitia seus pensamentos à você?
- Não. Geralmente eram meus amigos, quando estávamos juntos no mesmo quarto. Eu conseguia apanhar certas sensações. Meus amigos podiam estar falando de um certo autor e eu recebia um impulso. Ia até a prateleira e tirava um livro daquele autor. Ia até onde estava meu amigo, que o apanhava imediatamente e, abrindo numa página, lia a frase que procurava. Então, surpreso, olhava para mim e perguntava como é que eu sabia que ele precisava daquele livro. Nunca respondi. A verdade é que eu também não sabia. Apenas recebera e obedecera ao impulso que sentira.
- Onde é que encontrou Nikolayev?
- Ele estava interessado em telepatia antes de me encontrar. Certa ocasião, quando eu e alguns amigos discutíamos sobre telepatia, ele se juntou ao grupo. Concordamos em fazer algumas experiências. Começou assim. Só espero que o nosso trabalho não tenha sido em vão.
- O que é que você faz, Yuri? Qual é sua profissão?
- Sou bioquímico e trabalho num laboratório do governo.
- Então a telepatia nada tem a ver com sua profissão?
- Não.
- Mas você gosta de telepatia?
- Sim.
- Você tem tentado transmitir mensagens telepáticas em sua casa, para qualquer membro da sua família? Sergayev nos deu a entender que vocês fizeram isto pelo menos uma vez.
- O que ele quis dizer é que fiz isto com pessoas tão chegadas como se fossem da família. Eram pessoas interessadas em telepatia, colegas.
- Foi bem sucedido?
- Sim.
- Já sentiu alguém tentando comunicar-se espontaneamente, como uma voz no escuro?
- Não. Só depois de combinarmos os sinais. Tem que ser assim para conseguirmos resultados significativos. Em primeiro lugar, estabelecemos as circunstâncias; depois cuidamos dos detalhes. Temos que seguir um certo método. Nunca trabalhei sem um plano preestabelecido. A telepatia espontânea é inútil nas pesquisas científicas, embora aconteça. Sem controle adequado, não conseguimos estabelecer se é um contato telepático genuíno ou mera coincidência. As ocorrências espontâneas não me interessam.

O ERRO FOI NOSSO

- O teste Moscou – Kerch foi muito importante, não foi?
- Sim. Foi uma tentativa séria. Contudo, não estudamos a metodologia e os resultados foram negativos. Como você sabe, disseram que a experiência falhou, mas se isto aconteceu foi porque não havíamos estudado todos os detalhes do teste previamente.
- Não acha que a Gazeta Literária foi apressada em sua conclusão?
- Eles estavam certos, pois a transmissão não ficou provada. O receptor descreveu o que sentia, mas falou mais do que era necessário. Falou tanto que ele mesmo não distinguiu o necessário do supérfluo. As descrições foram mal feitas. Foi um detalhe que deveríamos ter previsto, mas não previmos. Outro detalhe é que, ao lado do receptor, havia alguém que conhecia o objeto que estava sendo transmitido. Foi um grande erro. Mas o erro foi nosso. Sem querer, essa pessoa poderia fazer uma transmissão ao receptor, causando confusão. Estas são as razões das confusões nos resultados.
- Eles compreenderam os erros cometidos. Não acha, pois, que deveriam ter feito outro teste?
- Eu não faria outro teste sem sentir se os resultados seriam positivos. Na qualidade de transmissor, essa experiência me prejudicou.
- Nos EUA não esperamos que um teste seja bem sucedido da primeira vez. As chances são remotas. A história da ciência mostra muitos casos de sucesso depois de centenas de experiências. Mas aqui exigem sucesso na primeira experiência?
- Sim. Mas já fomos bem sucedidos. Não é a primeira vez. Este foi um teste oficial muito importante.Tínhamos esperança de sucesso, mas depois daquele fiasco, não queremos arriscar. As repercussões são grandes e dolorosas. Temos que diferenciar entre uma apresentação pública e um teste com colegas, dentro do próprio círculo de amizades. A gente treina, tenta, usa um método, depois outro. Mas, quando se faz um teste como aquele, tem-se que ter absoluta certeza.
- Mas vocês vão continuar dentro de seu círculo de entusiastas?
- Não sei. È difícil para nós. Não sei se vou ter outra oportunidade mais tarde. Quando se tem que dar tanto tempo ao trabalho, é difícil dizer. Mas tenho fé na telepatia para a transmissão do pensamento. Isso é tudo o que tenho a dizer.
Sua voz, que momentos antes era forte e vibrante, tornou-se soturna. Era como se ele se perguntasse se não teria falado demais.
- Vou me despedir. Sinto não poder encontrá-los. Quem sabe na sua próxima visita à União Soviética.
Que comparação podíamos fazer entre esses quinze minutos de conversa telefônica e os quinze anos da grande polêmica sobre a telepatia? Sentimos que os minutos resumiram tudo: um homem sofrido disse num telefone público tudo o que pode a estranhos. Yuri Kamensky mostrou mais coragem e convicção do que esperávamos. Desejávamos conversar também com Nikolayev, mas compreendemos que se tratava de um homem cheio de preocupações e respeitamos seu desejo de não deixar registrado coisas que poderiam prejudicá-lo poseteriormente. Ambos precisavam de seus empregos. Kamensky era bioquímico. Nikolayev, ator. Nikolayev falara abertamente em outras ocasiões. Obtivemos uma fotocópia de uma entrevista sua a uma jornalista da Alemanha Oriental, que transcrevemos abaixo:

“Nikolayev é um ator; trabalha no teatro do distrito regional de Moscou. A companhia de artistas com a qual trabalha vai de teatro a teatro. Não tem uma posição definida no palco. É um ator profissional. A telepatia é seu hobby.
- Você acredita na telepatia?
- A gente acredita ou não acredita. Eu acredito. Assim como a noite segue o dia, para mim é evidente que a telepatia existe como um meio, uma ciência. Sinto isto em cada fibra do meu corpo. Em seguida, Nikolayev descreveu o que vê quando recebe mensagens telepáticas:
- Vejo interiormente algo que se assemelha a uma tela ou a uma pequena televisão. Nela aparece um contorno do objeto. De início é fraco, com se a televisão estivesse mal focalizada. Então o quadro penetra na minha mão e sinto que posso tocar o objeto estabelecendo a forma, o tamanho e a temperatura da superfície. Quanto melhor o toque, mas clara a imagem na TV.
Ao lermos a descrição, lembramo-nos das fotos da Gazeta Literária durante a infame experiência Moscou – Kerch, quando ele parecia estar apanhando um objeto invisível.

NÃO HÁ NADA DE ANORMAL NA TELEPATIA

“Como um iogue”, disse Nikolayev, “tento apagar os sons e a luz do meu consciente. É melhor quando não há muitas pessoas na sala preciso de menos energia para focalizar a imagem. O ideal é uma sala silenciosa com luz difusa”.
“Não há nada de extraordinário no que faço. Todas as pessoas tem faculdades telepáticas em maior ou menor grau. Não desenvolvemos estas faculdades porque não compreendemos seu mecanismo. Afinal de contas, quando o primeiro telefone foi inventado, era mágica para o homem uma voz sair de dentro daquilo. Em vinte ou cinqüenta anos, a telepatia fará parte do nosso dia a dia, exatamente como o telefone”.
Foi o Dr. Genay Sergeyev quem nos forneceu as melhores provas do sucesse da telepatia russa. Sem medo e desafiando os que se opunham, sergeyev ajudou a organizar diversos testes de telepatia a longas distâncias. Encontramo-nos com ele três vezes, sempre em Leningrado. Em primeiro lugar, Sergeyev analisou a experiência que precedeu o teste Moscou – Kerch, em um ano.
“Nikolayev é o maior receptor que temos. É muito sensível. Trabalhamos diversas vezes com ele, sob controle de laboratório e ele provou em diversas ocasiões que tem a faculdade de receber mensagens telepáticas”.
“Na experiência feita em 1967, com Kamensky e Nikolayev, entre Moscou e Leningrado, tentamos ver se sensações de excitamento, temos e dor poderiam auxiliar na transmissão telepática. Nessa experiência, kamensky induziu sua mente a sentir essas emoções. Pensou em medo ou dor e tentou transmitir as emoções a Nikolayev. Ambos foram ligados à eletrocardiógrafos e eletroencefalógrafos. Nikolayev não sabia qual o gráfico que seria enviado nem que o teste duraria uma hora. Não tentamos transmitir imagens, apenas emoções. Kamensky tramsmitiu dois tipos de mensagens: uma durou trinta segundos, a outra quarenta e cinco segundos. Nikolayev registrou suas reações”
“Durante uma hora, sete mensagens foram transmitidas: duas longas, duas curtas, duas longas, uma curta. Nikolayev registrou-as como sendo “três longas, uma curta, duas longas, uma curta”. Errou por uma”.
“Achamos que o teste foi bem sucedido. Provou a comunicação telepática. Outro detalhe: o cardiograma de Nikolaiev mostrou que seu coração reagiu quatro segundos antes da estimulação mental pela mensagem. As alterações no ritmo cardíaco de Nikolaiev aconteceram sete vezes, coincidindo com o envio das mensagens por Kamensky”.
“Em 27 de junho de 1973, fizemos um teste ainda mais rigoroso, com a transmissão de emoções. Nilolaiev sentou-se numa sala aberta no Instituto Médico de Leningrado. O transmissor, em Moscou, foi Anatoly Arvaskin, que participara conosco de outros testes. Segundo o programa, que era desconhecido de Nikolayev, Arvaskin enviaria mensagens telepáticas de emoções reais; dores e queimaduras. Em frente a Arvaskin colocamos uma chaleira com água fervendo e soltando vapor. Arvaskin deliberadamente tocou no metal da chaleira com a ponta dos dedos e colocou sua mão no vapor. Ao mesmo tempo pensou em enviar a Nikolayev uma mensagem telepática de dor. Arvaskin sentiu a dor, mas não sofreu queimaduras. Concentrou-se também na forma, tamanho e cor da chaleira. Nikolayev sentiu dor durante o envio das mensagens. Disse: “Queima... é uma vela... sim, queima”... Apesar de não dizer que era uma chaleira, registrou que se tratava de um objeto redondo, como uma bola, com um bico... poderia ser um utensílio... tem um cabo”.
A chaleira tinha um bico e um cabo. Nossa conclusão foi que a transmissão telepática ocorrera. Outro ponto interessante, foi que durante o teste de dor, de Moscou a Leningrado, os EEGs mostravam que os corações dos dois homens batiam em uníssono. Mostravam os mesmos desvios de ritmo usual. Quando os testes terminaram, os ritmos mudaram para batidas diferentes.

A TRANSMISSÃO DO MEDO

No dia seguinte, Arvaskin chegou a Leningrado, vindo de Moscou. Fizemos outro teste com os dois. Arvaskin sentou-se na sala ao lado e transmitiu medo a Nikolayev. Assim que Nikolayev disse que sentia medo, paramos o teste e levamos Nikolayev a um quarto escuro lá perto. Colocamos perto da sua cabeça um filme virgem num envelope. Quando o filme foi revelado, encontramos grandes pontos brancos, indicando que quando Nicolayev estava em estresse emocional, as emissões elétricas de sua cabeça aumentavam. Em outro teste, feito no dia 21 de julho de 1973, que nunca foi publicado, segundo Sergeyev, as mensagens telepáticas foram transmitidas por um homem em Leningrado à sua filha na Ucrânia. O homem era Aleksei P. Sysoletin, 48 anos, artista e famoso médium telepata. Sua filha, Ludmila, tinha quinze anos. Sob condições de controle, entre 20 e 21 horas, Sysoletin tirou seis cartas de um maço de sessenta e transmitiu as figuras à sua filha. A menina tinha sido informada por telegrama que naquele dia, naquela hora, seu pai enviaria diversas mensagens. Os objetos foram escolhidos aleatoriamente. A transmissão foi feita do Instituto Médico, aqui em Leningrado. Sysoletin enviou as seguintes imagens: bola, envelope, bola, pau, envelope, envelope. Cada imagem era transmitida durante cinco minutos. A filha identificou a hora em que se comunicava com seu pai e isto foi feito na frente de testemunhas que registraram suas observações. Ela escreveu: envelope, pau, bola, pau, envelope, envelope. Acertou quatro vezes em seis. Concluímos, então, que o teste provando transmissão telepática fora positivo. O Dr. Sergey V. Seprunski, fez outra extraordinária experiência em novembro de 1974. Ele conservou quinhentos ratos brancos em seu laboratório, dividindo-os em dois grupos de 250 ratos. Um grupo foi colocado no andar térreo e o outro no terceiro andar. Não havia jeito de um grupo ver ou ouvir o outro, então, mataram os ratos do andar térreo. O segundo grupo, no terceiro andar, ficou agitadíssimo. Os ratos reagiram à morte de seus companheiros. Mas como souberam dela? A comunicação entre os dois grupos ficou estabelecida, concluiu Sperunski. Os laços foram estabelecidos quando os grupos estavam juntos. Durante o trauma da morte, o grupo que não estava programado para ser sacrificado recebeu a mensagem telepática, avisando do perigo e causando ansiedade. Mais tarde, ficamos sabendo de outro cientista que, para elevar o estado emocional, fez torturar o primeiro grupo de ratos antes de sacrificá-los, uma vez que os pesquisadores acreditam que a tensão aumenta a faculdade telepática.

NOS TESTES, A ORDEM NÃO É IMPORTANTE

Depois que terminamos nosso trabalho em Leningrado, retornamos a Moscou e lá fizemos um relatório à pessoa que nos havia auxiliado: Viktor Adamenko. Ele ouviu cuidadosamente. Depois, fez um apanhado da telepatia na União Soviética, vista do lado científico,lembrando que ele também havia participado deste trabalho.
“Participei pessoalmente, vi muitos dos testes com Sergeyev, Nikolayev e Kamensky. Foram testes bem feitos e controlados. Nikolayev e Kamensky formam a melhor dupla telepática do mundo. Foram rigorosamente testados e provou-se, sem sombra de dúvida, que conseguem enviar mensagens telepáticas”.
O teste Moscou – Kerch, que a Gazeta Literária disse ter tido resultados negativos, teve resultados positivos. Nikolayev identificou dois objetos, apesar da ordem não estar correta. Os testes da telepatia, é comum que as imagens sejam recebidas em ordem incorreta. As pessoas esquecem que o lapso de tempo no recebimento não é tão importante quanto o fato de o receptor receber a imagem certa.
Segundo Adamenko, pode haver uma linguagem especial ESP que teremos de aprender. “É como ouvir duas pessoas falando uma língua estrangeira que não compreendemos. Ouvimos, sabemos que estão trocando informações, mas não compreendemos e não conseguimos traduzir. Sinto que com a ESP dá-se o mesmo. Ouvimos uma outra língua e não conseguimos traduzi-la. Por que será que alguns têm faculdades psíquicas e sabem traduzir a língua para uma que entendemos?
Adamenko acredita que sejam as partículas de alta energia que banham a aTerra, vindas do espaço exterior, que levam as informações de cérebro a cérebro, a velocidades superiores a da luz, causando reações que ainda não compreendemos. Essas partículas têm o nome de neutrinos. As passarems pela mente de uma pessoa, podem atrapalhar a informação e transmiti-la a outra mente.









quinta-feira, 22 de julho de 2010

PSICOEMBRIOLOGIA


A ciência da gestação dirigida

Eduque seu filho desde a concepção

O psicanalista Wilson de Almeida Ribeiro divulga, em São Paulo, uma tese bem de acordo com as descobertas da parapsicologia. Desde o momento da concepção, o óvulo fecundado possui um psiquismo próprio, capaz de acumular dados e experiências que desempenharão um papel importante na vida futura do indivíduo. Partindo deste pressuposto, ele desenvolveu a psicoembriologia, um método de treinamento para gestantes, que ensina a criar e educar os filhos a partir da concepção, para obter crianças psíquica e fisicamente sadias.

Como se definiria psicoembriologia e gestação dirigida?

A psicoembriologia é uma ciência qe interessa principalmente à gestação, no que diz respeito ao psiquismo da gestante e à chamada “alma do embrião”, visando a uma concepção segura quanto às partes física, psíquica e emocional de ambos. Gestação dirigida é o método prático, de aplicação da psicoembriologia. O psicoembriologista procura auxiliar a mulher a remover informações negativas, herdadas ou adquiridas, que possam influenciar na gravidez. Há uma preocupação em colocar a mãe e o pai em contato direto e conscinete com o embrião e prepará-los para plena aceitação da gravidez e do filho que vai nascer.

Como se explica a sua afirmação de que as dores de parto são puramente psíquicas?

Nós defendemos a tese de que o corpo nada sente e percebe que antes não tenha passado pela mente. Esta é uma tese psicológica. Se você nunca comeu pimenta, não terá registrado em sua memória o ardor que ela produz. Assim, se alguém lhe oferecer pimenta, você aceita e se queima. Existe um elemento bioquímico que ao entrar em contato com a mucosa cria uma reação e queima. Nesse caso o ardor é orgânico. Entretanto, informações de medo, por exemplo, foram recebidas na infância ou captadas da mente paterna ou materna a partir da gestação. Por outro lado, recebemos uma informação hierárquica através da Bíblia ou das religiões que dela advindas, dizendo que o sexo, a prática genital, é pecaminosa. É tolerada, mas não permitida, por uma divindade não materializada como homem e que, neuroticamente pune a prática indevida do sexo. Essa divindade legou-nos uma sentença neurótica que diz: “o homem comerá do suor do seu rosto e a mulher pagará pelo seu erro com dores”, dores dobradas e multiplicadas, na carne, no parto. Não fossem essas informações que nos são transmitidas de geração a geração, a mulher não sentiria as dores do parto. Os animais não as sentem porque não recebem tais informações. No entanto, animais tratados com muito carinho podem captar telepaticamente impulsos emocionais que podem registrar coisa semelhante e terem, assim, partos agravados co problemas.

O parto cirúrgico pode ser feito sem anestesia?

Pode, usando-se hipnose ou letargia...

Seria isto a “sugestiologia”?

Nós não trabalhamos com “sugestiologia”. Como já dissemos, a psicoembriologia, na prática de acompanhamento da gestante, é chamada de “gestação dirigida” e seu objetivo é a preparação do casal para a paternidade. A mãe precisa da gravidez e de doação do seu útero e de seu corpo, para que ocorra uma gestação perfeita. Se existem registros bíblicos-religiosos em seu inconsciente, determinando que a gestação vai prejudicar sua estética, ou lhe causar sofrimentos e dores, nós temos e descondicioná-la. Isso não é “sugestiologia”, pois não estamos recondicionando, ou seja, colocando no lugar de um condicionamento herdade, outro. A gestação dirigida seria um método de relaxar a psique e fazer com que, energeticamente, haja descondicionamento do que está impregnado a nível inconsciente.

Mas seu livro fala em “método sugestiológico”...

Isso quando nos referimos aos métodos usados durante o relaxamento, de transmitir à mulher sugestões positivas que ela deve retransmitir ao ser que se desenvolve em seu ventre. Sugestões tais como a de que ele dispõe de espaço, é capaz, inteligente e que até pode se auto-imunizar, para que quando nascer, não necessite de vacinas.
Telepatia é mais fácil com o pai

O estado psíquico dos pais pode afetar o espermatozóide?

Sim. Principalmente o do pai, que é o doador. O homem é a polaridade A e a mulher é a polaridade B, o óvulo. As unidades A e B se juntam e se expressam numa outra microunidade. Que compõe um microcérebro, de onde, inteligentemente, uma programação passa a ser obedecida, porque não existe programação sem que haja inteligência.

Portanto, o espermatozóide, ainda no pai, sofre influência de seu estado psíquico?

Sim. Os espermatozóides levam as informações herdadas, aquilo que chamam de “memória genética” e que nós chamamos de “informações herdadas”. Eles levam todas as informações herdadas que podem captar da mente paterna.

A doença hereditária seria uma informação herdada?

Há quem diga que diabete é uma doença hereditária; nós acreditamos que ela possa ser tão “hereditária” como foram as doenças do coração nas décadas de 40 e 50. Quando alguém morria do coração numa família, os outros ficavam temerosos por achar que tinham por herança tendência a morrerem do coração. Neste caso, haveria uma influência sugestiológica. Às vezes a influência da informação médica gera doenças psicossomáticas, que também podem ser informadas pelo prestígio hierárquico do pai e da mãe.

Quem exerce maior influência: o pai ou a mãe?

Na pesquisa psicoembriológica, o adulto, ao vivenciar uma fase intrau-terina, afirma ter muito mais facilidade de ligação telepática com o pai do que com a mãe. Quanto à realidade da ligação paranormal entre os pais e o embrião, há o caso de um sujeito casado e com um certo prestígio, que engravidou uma moça e depois ficou sabendo que ela iria fazer chantagem com a situação. Ele, mentalmente, passou a visualizar o feto destruído dentro do útero da moça e, aos quatro meses de gravidez, ela realmente perdeu o embrião.

Como se processa a gravidez através do método Psico-Relax de gestação dirigida?

O desenvolvimento deste método foi necessário. Antes dele utilizava-se a hipnose, mas, como ela usada por toda espécie de gente, criou-se, com muita razão, uma imagem negativa a seu respeito. Por isto, desenvolveu-se um método de trabalho em que não há necessidade de usar a hipnose. Desenvolveu-se um sistema de relaxamento, uma metodologia, que tranqüiliza o físico e a mente e permite que, neste estado de relaxamento, a mulher faça uma autoanálise retrospectiva até a sua vida intra-uterina, para limpar as informações negativas e os condicionamentos herdados e não transmitidos, assim, a seu filho. Esta limpeza é o objetivo da gestação dirigida e, se possível, deve ser feita também no pai.
Há alguma relação entre o desenvolvimento psíquico do embrião e o fato de a mãe ter, anteriormente, tomado anticoncepcionais?
Admitindo que somos reflexos de uma única unidade em termos psíquicos, bioenergéticos e que nos espalhamos e nos multiplicamos em milhares de seres, todos movidos por uma só energia e ligados por uma só inteligência, que seria a inteligência coletiva, chegaremos a dizer que todo o conhecimento da humanidade está em cada pessoa, em cada ser, só que de forma latente e que, na medida em que a memória se desenvolve através do consciente, lentamente estes conhecimentos vão ficando familiares. Aceitando-se o fato de que a unidade é uma só, se uma mulher rejeitou espermatozóides anteriores (lembramos que isto se estende também ao aborto), então, todas as suas células ficaram impregnadas da informação de rejeição e o ser que nela está sendo gerado “sabe” que outro, antes dele, não teve chance; e isto o faz sentir-se também rejeitado. Neste caso, o uso do anticoncepcional não teria apenas um efeito químico orgânico, mas produziria uma deformação a dois níveis: químico e informativo.

O embrião registra as experiências da gestação

Qual a importância da assistência parapsicológica dada à gestante?

Não parapsicológica, mas sim psicoembriológica. A palavra “parapsicológica” aparece em meu livro, porque na época de seu lançamento o editor fez questão de que não utilizássemos o termo psicoembriologia, por não ser um termo conhecido, mas sim, parapsicologia, porque estava na moda e todos os livros a respeito vendia fácil A assistência psicoembriológica procura preparar o casal para a aceitação plena e a dedicação total à gravidez; a mulher procurando voltar-se para o ser vivente, inteligente, que vive no seu útero, já como uma criança, já como seu filho, independente de sexo, cor, olhos, etc. amando este ser e doando seu corpo para que ele possa se alimentar.

Através da regressão de memória pode-se curar traumas adquiridos na vida intra-uterina?

A regressão seria um tratamento psicoterápico para aqueles que não tiveram a oportunidade de ter a gravidez dirigida. Serve para que a pessoa adulta ou adolescente possa retornar, possa vivenciar sua fase intra-uterina e resolver assim os conflitos ali gerados ou adquiridos. A psicanálise, tratando do indivíduo após o nascimento, não tem condições de ir buscar na vida intra-uterina as primeiras manifestações do inconsciente. Nós sabemos, e pesquisas de laboratório comprovam que o embrião registra e acumula o que se passa durante a gravidez e que mais tarde isto se reflete na vida da criança ou do adulto. Um trauma de rejeição pode ser curado pelo processo de regressão de idade ou de memória.

Qual a importância da hipnoanálise no tratamento psicanalítico?

Nós chamamos isto de análise dinâmica e não é nada mais, nada menos do que um estado de bom relaxamento, onde o sujeito não perde a consciência. Seria a chamada fase transipnoidal: ouve-se e percebe-se tudo dentro de um profundo relaxamento. Isto ajuda a se obter um acesso mais correto e mais rápido ao inconsciente, para se buscar as causas e as origens do trauma que levaram o paciente a uma neurose. Seria bom se a análise pudesse ser feita durante a gestação porque seria mais rápida, mas infelizmente isto não é recomendável.

Não se deve mentalizar o sexo do filho

O feto na vida intra-uterina pode comunicar-se com o mundo exterior? Qual a importância do relaxamento dirigido na indução a um contato telepático ou verbal com o feto?

Na verdade este contato não é o que se entende comumente por telepatia, mas sim no sentido de uma telecomunicação direta, não a nível de antenas emissoras e receptoras. Na indução nós usamos técnicas de relaxamento convencionais, com música, com repetição de palavras, com letargia, métodos convencionalmente conhecidos pela psicologia, psicanálise, hipnologia, por todos os sistemas psicoterapêuticos.

A comunicação de forma intuitiva seria uma forma de percepção estra-sensorial?

As gestantes mais sensíveis chegam até a visualizar o feto numa tela mental, algumas até afirmam que perceberam o seu sexo antes do nascimento, visualizando-o. Nós temos um método de movimentos em que a mãe convenciona com o embrião, por exemplo, que um movimento pode ser sim, dois significam não. Ela pergunta se o filho está colocado em boa posição, como está passando e o feto responde. Não aconselhamos que se procure desta forma saber o sexo do embrião, mas a curiosidade da mãe sempre a leva a esta indagação e, até agora, nós não sabemos de nenhuma que tenha errado o sexo de seu filho.

A lactação tem um efeito sobre a psique da criança?

Muito grande. Além de deficiências orgânicas, como problemas com a dentição, a pessoa pode desenvolver comportamentos neuróticos, sentir-se inferiorizada, se não foi satisfatoriamente amamentada. A lactação tem influência orgânica e psíquica muito profunda, porque a mulher pode ter aceito bem uma gestação e na hora de assumir a responsabilidade de amamentar a criança, retrair-se por problemas estéticos, medo de ferir-se, etc. Isto faz com que a criança se sinta rejeitada e inferiorizada, o que vai causar no mínimo uma “disfunção mínima cerebral”, que é uma falta de rendimento da escolaridade.

O leite da mãe pode ser contaminado por suas emoções negativas?

Quando a mulher não está consciente do fato de estar amamentando seu filho e sua atenção está desviada para uma novela ou leitura, seus impulsos emocionais se refletirão na lactação. Se ela amamentar com dor ou estiver com um forte sentimento de ódio, isto se refletirá na criança, que terá um desarranjo intestinal. Cada célula da criança será alimentada de negatividade. Aliás, a energia negativa pode ser transmitida até mesmo ao marido pela comida feita por sua esposa, quando não há um bom relacionamento entre eles.

Qual a influência da mentalização do processo gestatório? O que ocorre quando o pai e a mãe mentalizam que o embrião é feminino e na realidade ele é masculino?

Isto também é negativo. Temos vários casos de homossexualidade oriundos deste desejo ardente da mulher que quer satisfazer o esposo tendo um primeiro filho homem ou vice-versa. Admitindo a influência dos pais no desenvolvimento físico e psíquico do embrião, podemos dizer que ele vai querer atender ao desejo dos pais e haverá, então, um choque. O embrião não sabe por que se manifestou sexual e fisicamente daquele modo e este conflito pode fazer com que ele, na idade adulta, se torne, no mínimo um esquizofrênico. Se mais tarde o meio ambiente ajuda, digamos que o pai e a mãe tenham conflitos, a criança poderá se identificar mais ainda e acabar rejeitando seu verdadeiro sexo e, energicamente, haverá uma mudança em seu ser. Nestes casos, normalmente a influência da mãe é maior.
Os traumas do nascimento

A psicoembriologia pode eliminar fatores causadores do homossexualismo?

A psicoembriologia e a psicanálise podem resolver o conflito. A homossexualidade é originariamente um conflito, não um distúrbio glandular, nem defeito de caráter. A assistência psicoembriológica evita um problema destes e, uma vez que ocorra, tem muito mais condições de curar porque vai fazer com que mentalmente o indivíduo volte ao útero materno e, consciente, acordado, enfrente seus problemas. Ele pode ter uma taque nervoso, chorar, sofrer ao enfrentar o porquê dos seus problemas. Mas, ao tomar conhecimento disto, ele vai mudar seu comportamento neurótico, porque a homossexualidade é um comportamento neurótico e sobretudo agressivo.

A psicoembriologia, de um modo geral , seria mais eficiente do que a psicanálise?

É muita responsabilidade dizer uma coisa destas. Se não fosse a psicanálise, não existiria a psicoembriologia. Ela é mais uma importante ferramenta de trabalho para o psicanalista, o psicólogo, o pediatra, enfim, para todos os que estão voltados para a formação, educação e a a saúde mental.

Ela pode ser vista como uma extensão da psicanálise à vida intra-uterina?

Ela vem antes, durante e depois da psicanálise. No início da psicanálise, acho que faltaram ao Freud meios e condições, em uma época em que falar de psique era o mesmo que falar hoje em macumba, umbanda, quimbanda, etc. Se ele teve dificuldades em determinar a existência do psiquismo, imagine se, além disso, ainda tivesse dito: “e na vida intra-uterina já existe, se manifesta, acumula, etc...” Jung, mais tarde, disse ter certeza de que nós acumulamos conhecimentos desde a vida intra-uterina, mas parou por aí. Quem chegou mais perto foi Otto Rank, ao dizer que o primeiro e principal trauma do homem era a brusca separação do cordão umbilical. Ele preambulou, mas não se aprofundou na matéria. Um analista moderno teria de levar seu paciente a resolver seus conflitos psíquicos da vida intra-uterina, depois resolver os conflitos de aos o nascimento. Ele agiria primeiramente como psicoembriologista, depois como analista e, no caso dele acompanhar este homem ou esta mulher na preparação para conceber um filho perfeito, novamente utilizaria a psicoembriologia. Então, ela vem antes, durante e depois da psicanálise. Há algo mais que defendemos na psicoembriologia, como adendo à psicanálise, que muda um pouco o conceito psicanalítico: Freud determinou como primeiro estádio do homem a fase oral e nós chegamos a conclusão de que a primeira fase psíquica é a umbilical, porque é o primeiro veículo de prazer, de alimentação e de ligação direta com a mãe. O cordão umbilical ou umbigo está colocado numa zona erógena e, de acordo com a filosofia chinesa, próximo ao ponto “ki”, ou ponto central do corpo humano, sendo, então, bem vital, física e psiquicamente vital. Após o cordão umbilical, a segunda fase seria a oral.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

PLACEBO


O MISTERIOSO PLACEBO

COMO A MENTE PODE AUDAR A MEDICINA

O placebo é uma simples pílula confeccionada com substâncias inócuas, como amido, leite em pó, açúcar. Ela é administrada a doentes em lugar de medicamentos fortes, como a cortisona, antialérgicos e antibióticos. Só que os doentes não sabem disto. O extraordinário é que na maioria dos casos, o efeito terapêutico é o mesmo e, às vezes, até melhor. O placebo abre novas fronteiras para a medicina, provando que a mente humana, pode muitas vezes – e sem efeitos colaterais – substituir com vantagem os remédios tóxicos da farmacologia moderna.
Por Normann Cousins

Durante séculos os médicos tem sido forçados pelos próprios pacientes a manter o ritual das receitas. A maioria das pessoas parece achar que suas queixas não são levadas a sério se não recebem um pedaço de papel com letras mágicas que são o certificado de garantia de cura. A receita é a promessa de boa saúde. É o cordão umbilical psicológico que mantém um contato alimentador contínuo entre o médico e o paciente.
O médico sabe que a receita, mais do que as palavras nela contidas, é muitas vezes o ingrediente vital para habilitar o paciente a se livrar dos próprios males. Os remédios nem sempre são necessários. Mas a fé na cura é indispensável. O médico pode receitar um placebo nos casos em que para o paciente é mais útil sentir-se tranqüilo do que tomar uma pílula famosa três vezes ao dia.
O estranho placebo está dirigindo a ciência médica em direção a algo parecido com uma revolução na teoria e na prática da medicina. O estudo do placebo abre vastas áreas de conhecimento sobre a maneira como o corpo humano cura a si mesmo, sobre a misteriosa propriedade que tem o cérebro de determinar as mudanças bioquímicas indispensáveis para combater a doença. A palavra placebo vem do latim, de um verbo que quer dizer “agradar”. O placebo é, no sentido clássico, uma imitação de remédio – em geral um comprimido inócuo, feito de leite e açúcar, fantasiado de pílula – receitado mais com a finalidade de acalmar o doente do que satisfazer uma necessidade orgânica claramente diagnosticável. Nos últimos anos, o emprego mais comum do placebo tem sido para testar novos remédios. Os efeitos obtidos através do remédio testado são comparados com os obtidos pela administração de “imitação de remédio”, ou placebo.
Durante muito tempo os placebos foram desaprovados por grande parte dos médicos. É que, para muitos deles, o placebo tinha conotação de remédios falsificados, ou, “pseudomedicamento”. Pensava-se também que o placebo seria um caminho fácil para médicos incapazes de ter o trabalho e de gastar seu tempo no reconhecimento da causa real dos males do paciente. Hoje, contudo, o placebo – antes mal aceito – recebe séria atenção de professores de medicina. Investigadores, como o Dr. Arthur K. Shapiro, o falecido Dr. Henry K. Beecher, o Dr. Stewart Wolf e o Dr. Louis Lasagna, encontraram provas indiscutíveis de que o placebo pode não só tornar-se semelhante a um remédio poderoso, mas realmente agir como um remédio. Consideram-no não apenas uma ajuda psicológica para o médico no tratamento de certos pacientes, mas um autêntico agente terapêutico, que altera a química do corpo e ajuda a mobilizar as defesas do organismo no combate às perturbações ou doenças.
A forma como o placebo age no organismo ainda não foi bem compreendida. Alguns pesquisadores são de opinião de que o placebo ativa o córtex cerebral, o qual, por sua vez, liga-se ao sistema endócrino em geral, e às glândulas endócrinas em particular. Quaisquer que sejam os exatos caminhos através do corpo e da mente, já existem provas suficientes que demonstram que o placebo pode ser tão potente quanto a droga que substitui, e, algumas vezes, mais fortes do que ela.
“O placebo,  - escreveu o Dr. Shapiro no American Journal of Psychotherapy – pode ter efeitos profundos em doenças orgânicas e até mesmo em doenças malignas incuráveis”. Pensamos se este fato poderá explicar o enigma dos doentes de câncer que sararam tomando Letrile, substância que os principais centros de pesquisa consideraram sem qualquer valor medicinal.
Seria absurdo dizer que os médicos não devem receitar drogas farmacêuticas ativas. Existem ocasiões em que o remédio é indispensável. Mas um bom médico conhece todo seu poder. Um grande erro popular é acreditar que uma droga age como uma seta que pode ser dirigida a um alvo determinado. O efeito real é antes como o atirar de espinhos por um ouriço. A droga – ou o alimento – passa por um processo em que é subdividida pelo organismo para ser totalmente aproveitada.
Quase não existem drogas sem efeitos colaterais. E quanto mais célebre for o remédio – antibióticos, cortisona, tranqüilizantes, compostos anti-histamínicos, agentes antiinflamatórios, relaxantes musculares - maiores serão os problemas dos efeitos desfavoráveis. As drogas podem alterar ou reajustar o equilíbrio da corrente sanguínea; podem fazer o sangue coagular mais depressa ou mais devagar; podem reduzir o nível de oxigênio no sangue; podem estimular o sistema endócrino, aumentar o fluxo de áxido clorídrico no estômago; tornar mais lenta ou mais rápida a passagem do sangue pelo coração; prejudicar a função do corpo de fabricar sangue diminuindo a atividade da medula; reduzir ou aumentar a pressão sanguínea ou afetar a permuta de sódio-potássio, vital para o equilíbrio químico do corpo.
O problema apresentado por muitas drogas é que elas fazem isto independentemente da finalidade pretendida pelo médico. Ele precisa equilibrar o tratamento específico contra os perigos generalizados. Quanto mais poderosa for a droga, mais precário é o equilíbrio. Para complicar as dificuldades do médico, muita gente considera as drogas como se fossem automóveis que cada ano devem ter modelos novos e mais potentes. Muitos pacientes acham que os médico não está atualizado se não receitar um novo antibiótico ou uma nova droga milagrosa sobre a qual ouviu falar ou dela tomou conhecimento pelos jornais.

O remédio ideal para a cura do estresse

Por causa dos perigos reais associados às poderosas drogas novas, o prudente médico moderno aproveita sua liberdade de escolha aconselhando drogas fortes só quando houver absoluta necessidade, prescrevendo placebos ou nada quando elas não forem exigidas.
Um exemplo hipotético de como funciona o placebo é o do jovem homem de negócios que procura o médico queixando-se de fortes dores de cabeça e dores no abdômen. Depois de ouvir atentamente a descrição não só dos males, mas também de sues problemas, o médico conclui que ele sofre de uma doença muito comum no século XXI: estresse. O fato de não ser causado por germes ou vírus, não torna suas conseqüências menos sérias. À parte doenças graves, o estresse pode levar ao alcoolismo, ao vício de drogas, ao suicídio, ao rompimento familiar, ao desemprego, em formas extremas pode causar sintomas de “reação histérica” – um efeito descrito por Jean Charcot, professor de Freud. Os temores e preocupações do paciente convertem-se em sintomas físicos genuínos, que podem ser dolorosos e até causar paralisia.
Por meio de perguntas compreensivas, o médico ficará sabendo que esse homem está preocupado com a má saúde da esposa grávida e com os funcionários jovens recentemente contratados no escritório que parecem ter em mira o seu lugar. O médico vê que em primeiro lugar é preciso convencer o paciente de que nada está fundamentalmente errado com sua saúde, mas tem cuidado para não sugerir , sob forma alguma, que seus males não existem, não os levando a sério. Todo paciente tem tendência a acreditar que está sendo acusado de imaginar seus males, de fingir-se doente, se suas queixas são diagnosticadas como sendo de origem psíquica.
O médico sabe que o paciente, de acordo com as convenções, provavelmente ficará descontente se não receber uma receita. Mas também conhece as limitações do tratamento. Reluta em prescrever tranqüilizantes por causa dos efeitos prejudiciais nesse caso particular. Sabe que a aspirina aliviaria a dor de cabeça, mas complicaria o problema gastrointestinal, já que uma única aspirina pode causar hemorragia interna. Não aconselha digestivos porque sabe que as dores do estômago são provenientes de problemas emocionais. Então receita um remédio que não vai prejudicar o paciente e aliviará seus males. Diz eu este remédio lhe fará muito bem e que ele vai se recuperar completamente. A seguir discute longamente as possíveis maneiras de resolver seus problemas no lar e no escritório. Uma semana depois esse homem telefona para o médico para contar que a receita fez maravilhas. A dor de cabeça desapareceu, as dores abdominais diminuíram. Está menos preocupado com a saúde da esposa depois que ela consultou um obstetra e parece estar se dando melhor no escritório. Quanto tempo ainda precisa tomar remédio? O médico diz que a receita provavelmente não precisar ser repetida, mas é melhor telefonar se os sintomas reaparecerem.

A melhor receita é o próprio corpo

As pílulas “maravilhosas” naturalmente não eram mais do que placebo. Não tinham propriedades farmacológicas, mas agiram tão bem porque estimularam a capacidade de seu próprio corpo para se regularizar. As pesquisas mostram que 90% dos pacientes que procuram ajuda médica sofrem de desordens autolimitadoras, que se situam ao alcance dos poderes curativos do próprio corpo. O melhor médico - para o paciente e para a sociedade – sabe distinguir os pacientes que podem melhorar sem intervenções drásticas, daqueles que não podem em muito menor número. Não perde tempo e, quando há necessidade, mobiliza todos os recursos científicos disponíveis, mas é cauteloso com aqueles que necessitam mais do seu apoio do que de remédios, para não interferir no processo natural de recuperação. Para esses pode receitar um placebo, não só porque o paciente sente-se mais seguro com uma receita em seu poder, como porque sabe que o placebo realmente atende a uma finalidade terapêutica. O placebo é então, mais um tratamento do que uma pílula. O tratamento começa com a confiança que o paciente tem no médico e estende-se por todo seu sistema imunológico e curativo. O tratamento funcionou não porque existe qualquer magia no comprimido, mas porque o corpo humano é o melhor farmacêutico e a receita mais eficiente é aquela prescrita pelo próprio corpo.
O placebo mostra que não há separação real entre a mente e o corpo. A doença é sempre uma interação entre ambos. Pode começar na mente e afetar o corpo, ou começar no corpo e afetar a mente, por serem ambos servidos pela mesma corrente sanguínea. A tentativa de tratar doenças mentais como se fossem completamente independentes de causas físicas, ou tratar as doenças do corpo como se a mente não tivesse nenhum envolvimento, deve ser considerada arcaica à luz dos novos conhecimentos sobre a forma como funciona o corpo humano. Os placebos não agem em todas as circunstâncias. Acredita-se que as chances de bom êxito estão em razão direta da qualidade do relacionamento do paciente com o médico.
Extraordinário exemplo do papel do médico no bom funcionamento do placebo foi observado numa experiência com dois grupos de pacientes com úlceras hemorrágicas. Ao primeiro grupo, o médico informou que uma nova droga ia ser-lhes administrada e produziria, sem dúvida, bons resultados. Ao segundo grupo foi dito pelas enfermeiras que uma nova droga ia ser experimentada, mas seus efeitos eram desconhecidos. 70% das pessoas do primeiro grupo obtiveram alívio significativo, enquanto que apenas 25% do segundo grupo alcançaram igual resultado. O dois grupos receberam a mesma droga; um placebo.

A versatilidade do placebo

Quais os dados científicos reunidos sobre a eficiência do placebo?
A literatura médica no último quarto de século contém significativo número de casos. O falecido Dr. Henry K. Beecher, famoso anestesiólogo de Harvard, apresentou o resultado de quinze pesquisas feitas com 1.082 pacientes. Descobriu que, dentro de um largo leque de testes, 35% dos pacientes tiveram “alívio satisfatório” com o emprego de placebos em lugar de remédios usuais, para grande números de males, que incluíam fortes dores pós operatórias, enjôo, dor de cabeça, tosse e ansiedade. Outros processos biológicos e de desordens influenciadas pelos placebos, relatados por médicos pesquisadores, incluem artrite reumatóide e degenerativa, contagem de células no sangue, ritmo respiratório, função vasomotora, úlceras pépticas, hipertensão e redução espontânea de verrugas.
Um paciente que sofria do mal de Parkinson tomou um placebo como sendo um remédio e seus tremores diminuíram consideravelmente. Depois que os efeitos do placebo passaram, a mesma substância foi posta no seu leite sem o seu conhecimento e os tremores reapareceram.
Num grupo de pacientes que tomou placebo em vez de anti-histamínicos, 77,4% apresentaram sonolência, uma das características deste tipo de remédio.
88 doentes de artrite tomaram placebo em vez de aspirina ou cortisona. O número de pacientes que se beneficiou com os placebos foi aproximadamente o mesmo que o dos pacientes que tomaram remédios anti-histamínicos. A alguns dos doentes que não obtiveram alívio com os comprimidos de placebo, foram aplicadas injeções de placebo. 64% apresentaram alívio e melhora. Para o grupo todo, os bons efeitos incluíram não só o alívio da dor, mas também melhora do apetite, do sono, da eliminação e mesmo a redução do inchaço. A. Leslie relata que viciados em morfina tomaram placebos (injeções salinas) e não sofreram retrocessos até que as injeções foram suspensas.
O corpo médico do Instituto Nacional de Geriatria de Bucarest, Romênia, testou uma nova droga com a finalidade de ativar o sistema endócrino para melhorar a saúde, com vistas ao aumento da longevidade. Um total 150 pessoas de 60 anos, todas vivendo nas mesmas condições, foi dividido em 3 grupos de 50 pessoas. O primeiro grupo não tomou nada. O segundo tomou um placebo, o terceiro recebeu tratamento com a nova droga. Ano após ano os 3 grupos foram observados com referência à mortalidade e à morbidez. As estatísticas do primeiro grupo foram semelhantes às de outros camponeses romenos da mesma idade. O segundo grupo, o que tomou placebo, apresentou melhoras bem definidas de saúde e menor índice de mortalidade. O terceiro grupo, que tomou a droga, apresentou a mesma melhora sobre o grupo do placebo, que este sobre o grupo que não tomou nada.

Os limites entre medicina e feitiçaria

Muitos professores de medicina acreditam que a história da medicina é, na realidade, a história do efeito do placebo. Sir William Oesler salientou esse ponto quando disse que a espécie humana distingue-se das categorias inferiores pelo desejo de tomar remédio. Considerando a natureza das panacéias recomendadas no decorrer dos séculos, é possível que outro aspecto que distingue a espécie seja a capacidade de sobreviver aos medicamentos. Em várias ocasiões, em diferentes lugares, as receitas requeriam o uso de esterco animal, pé de múmia, serragem, sangue de répteis, esperma de sapo, olhos de caranguejo, raízes de mato, esponjas do mar, chifre de unicórnio, substâncias granulosas tiradas do intestino de animais de mama.
Examinando essa repugnante lista de poções que a seu tempo foram dignas de respeito tanto quanto qualquer remédio atual, o Dr. Shapiro comentou: “Fica-se conjeturando como os médicos conseguiram manter sua posição de honra e respeito através da história, receitando durante milhares de anos medicamentos inúteis e muitas vezes perigosos". A resposta é que os doentes puderam assimilar essas receitas nocivas juntamente com os males para os quais elas foram indicadas, porque os médicos lhes deram algo muito mais eficiente do que a droga: a forte crença na cura que a receita produziria. Eles procuraram o médico acreditando que seriam ajudados. E foram.
Algumas pessoas são mais suscetíveis à terapia do placebo do que outras. Por quê? Costumava-se acreditar que havia uma relação entre a alta sugestabilidade e a baixa inteligência e que as pessoas com baixo QI eram mais propensas ao reagir ao placebo. Esta teoria foi anulada pelo Dr. Gold, na Cornell Conference on Therapy, de 1946. Quanto mais alta a inteligência, disse o Dr. Gold, baseado em seus longos estudos, maior potencial de benefícios recebidos dos placebos.

Médico paciente: uma relação mágica

Em sentido mais profundo, poder-se-ia perguntar se é ético – ou, o que é mais importante, se é prudente  - para o médico alimentar a crença mística do paciente nos remédios. Cada vez mais os médicos acreditam que não devem encorajar os pacientes a esperarem uma receita, porque sabem como é fácil piorar a dependência psicológica e fisiológica dos remédios, ou mesmo dos placebos. Este pondo de vista contém o risco de o paciente ir procurar outro médico; mas, se muitos médicos quebrarem este ritual, há esperança de que o próprio paciente irá considerar a receita sob nova luz. O Dr. Richard C. Cabot escreveu que “o paciente aprendeu a esperar um remédio para seus males. Mas ele não nasceu com esta idéia... O médico é o responsável pela perpetuação das falsas idéias sobre a doença e a cura”.
Outro problema da ética médica surge porque muitos médicos acreditam que não se sabe o bastante sobre os efeitos do placebo na delicada estrutura e funções do sistema nervoso. Deveriam os benefícios do placebo esperarem até que se obtenha mais respostas?
Na profissão médica existem precedentes quanto ao uso de tratamentos que não são inteiramente conhecidos. O choque elétrico, por exemplo, está sendo empregado no tratamento de doenças mentais, apesar de não se saber exatamente o que acontece no cérebro com o impacto da alta voltagem. A droga mais usada no mundo é a aspirina; contudo, não se sabe porque ela diminui a inflamação. É verdade que não se sabe tudo sobre o placebo; mas sabe-se o suficiente para colocá-lo em posição de estudo na agenda médica e humana. Saber mais sobre o dom da vida não é apenas uma forma de satisfazer uma curiosidade ao acaso. No fundo é pra isso que serve a instrução. Não sabemos se o placebo – ou qualquer droga – iria muito longe sem o forte desejo de viver do paciente. Porque o desejo de viver é uma anela para o futuro. Abre o indivíduo para toda a ajuda que o mundo exterior pode dar, liga esta ajuda à capacidade do próprio corpo para combater a moléstia. Torna o corpo humano capaz de obter o máximo de si mesmo. O placebo representa um papel ao transformar a concepção poética do desejo de viver numa realidade física e numa força que comanda. Por fim, o grande valor do placebo é o que ele pode nos dizer sobre a vida. Como um acompanhante celestial, o placebo dirige-nos através dos caminhos desconhecidos da mente e nos dá um senso do infinito, muito maior do que se gastássemos toda nossa vida com os olhos pregados hipnoticamente ao gigantesco telescópio de Monte Palomar. No fim, o que concluímos é que o placebo, na realidade, não precisava existir e que a mente pode prosseguir sua missão difícil e maravilhosa sem a ajuda de pílulas.
O placebo é apenas uma coisa tangível, tornada essencial numa época em que existe uma insatisfação diante dos intangíveis, uma época que prefere pensar que todo efeito interno tem uma causa externa. Já que tem tamanho e forma e podemos segurá-lo em nossa mão, o placebo satisfaz a ânsia contemporânea por mecanismos e respostas visíveis. Mas o placebo desaparece diante de um exame mais minucioso, dizendo-nos que não pode aliviar-nos da necessidade de pensarmos profundamente em nós mesmos. O placebo, é então, um emissário entre o desejo de viver e o corpo. Mas é um emissário substituível. Se pudermos libertar-nos dos tangíveis, poderemos ligar a esperança e o desejo de viver diretamente na capacidade do corpo para enfrentar as grandes ameaças e desafios. A mente pode levar a cabo suas funções e poderes sobre o corpo sem a ilusão da intervenção material. “A mente, disse John Milton, pode por si mesma fazer um céu do inferno ou um inferno do céu”.

O segredo do placebo

A ciência está criando termos exóticos como biofeedback para descrever o controle da mente sobre o sistema nervoso autônomo. Mas as etiquetas não tem importância; o que importa é saber que o ser humano não está fechado dentro de limitações. A procurada perfeição não é a mais alta manifestação de um grande propósito.
Há uns vinte anos, tive a oportunidade de observar o trabalho de um médico-feiticeiro africano, ao lado do Dr. Schweitzer. Para alguns pacientes, o feiticeiro apenas punha ervas num saco de papel e dava instruções sobre seu uso. Para outros não dava ervas; enchia o ar com encantamentos. Para uma terceira categoria, apenas falava em voz baixa e apontava para o Dr. Schweitzer. De volta à clínica, Dr. Schweitzer explicou que as pessoas com queixas generalizadas recebiaam as ervas; o segundo grupo tinha males psicogênicos e era tratado pela psicoterapia africana. O terceiro grupo, com problemas físicos, precisando de cirurgia, era encaminhado ao Dr. Schweitzer. Quando perguntei como explicava as curas feitas pelo feiticeiro, ele respondeu que eu estava pedindo a divulgação de um segredo que os médicos trazem muito bem guardado desde o tempo de Hipócrates. “Mas vou lhe contar”, disse, com o rosto iluminado pelo leve sorriso: “O feiticeiro tem êxito pela mesma razão que o resto de nós. Cada paciente traz em si seu próprio médico. Eles vêm à nós sem saber a verdade. Nós agimos da melhor maneira que podemos, dando ao médico que mora em cada paciente a oportunidade de fazer o seu trabalho”. Este é o segredo: o placebo é o médico que reside em nós.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010


LEVITAÇÃO
QUANDO A MENTE FAZ O CORPO VOAR

Dentre todos os fenômenos paranormais, um dos mais incríveis e espetaculares é a levitação, isto é, a elevação de um corpo humano do solo sem a utilização de suportes ou de forças conhecidas. A literatura parapsicológica registrou centenas de casos autênticos de levitação. Todos eles inexplicáveis à luz da ciência contemporânea.

Levitar pode ser um fenômeno menos misterioso do que imaginamos. No entanto, os convidados à casa do fabricante de sedas Ward Cheney, numa noite de 1852, ficaram paralisados pela surpresa quando o medium Daniel Dunglas Home, de dezenove anos, flutuou involuntariamente pela sala.
O grupo estava reunido para uma séance, muito em moda na época – em que esperavam observar a manifestação dos espíritos. Mas, ninguém jamais ouvira dizer que os espíritos pudessem fazer flutuar o médium por meio do qual se manifestavam. Afinal, isso desafiava a Lei da Gravidade! Nem Home pôde explicar o que lhe aconteceu – era a primeira vez. Por sorte, estava presente à reunião na casa de Ward o jornalista F. L. Burr, editor do Hartoford Times, que registrou o incidente, descrevendo-o assim: “ De repente, sem que ninguém esperasse, Home foi elevado no ar. Segurei sua mão e apalpei seus pés, que estavam uns 40 centímetros longe do chão. Ele tremia dos pés à cabeça, um misto de excitação e pavor, pelo que estava ocorrendo. Home voltou e saiu do chão várias vezes e na terceira vez ele chegou a encostar seus pés e suas mãos suavemente no teto”.
Depois disso, Home aprendeu a levitar voluntariamente e demonstrou suas habilidades diante de milhares de pessoas, algumas das quais ilustres,, como Thackeray, Bulwer Lytton, Napoleão III, Ruskin Rosseti, Mark Twain. Estas e muitas outras, céticas ou não, presenciaram aquele fenômeno que desafiava a Lei da Gravidade. Home, além de flutuar, fazia com que alguns objetos à sua volta também se elevassem do solo – e isso sem excluir alguns móveis bem pesados e até pianos - , fazia os sinos badalarem sozinhos e os instrumentos musicais produzirem música sem que ninguém os tocasse. O que torna o exemplo de Home um dos mais importantes de que se tem conhecimento é a comprovação absoluta e inequívoca de que não havia qualquer tipo de fraude – o fenômeno de sua levitação foi genuíno. Só o volume de testemunhas do caso Home, que levitou para uma infinidade de públicos diferentes durante quarenta anos, bastaria para afastar qualquer dúvida.
Apesar de críticas hostis como a do mágico Houdini, que afirmava – sem jamais ter provado de fato – ser capaz de produzir efeitos ainda mais surpreendentes que os de Home, ningupem nunca conseguiu provar que se tratava de um mero truque. Em 1871, William Crookes, um dos cientistas mais considerados da época – que mais tarde seria nomeado presidente da Associação Britânica para o Desenvolvimento da Ciência – declarou como legítima a atuação de Home. Crookes afirmou no Jornal da Ciência: “O fenômeno que vou descrever é tão extraordinário e tão diametralmente oposto aos mais básicos princípios do pensamento científico – entre os quais a invariável e ubíqua ação da força da gravidade -, que, mesmo agora, relembrando os detalhes do que vi, minha mente vacila entre a razão, que afirma ser tudo isto cientificamente impossível e os sentidos (da visão e do tato, no caso), que não fizeram falso testemunho”.
A reação do meio científico foi refratária às observações de Crookes. Os mais flexíveis, como Darwin, diziam, no mínimo, que nem desacreditavam e nem acreditavam nas afirmações de Crookes. Houve muita controvérsia. E, no entanto, as façanhas de Home não passavam de uma demonstração – um pouco mais espetacular, talvez, - de um fenômeno registrado há séculos, aliás, há milênios, não importa quão esporadicamente ele ocorra. O milagre de Cristo andando sobre as águas não é senão o fenômeno da levitação. Também foi a levitação a responsável pelo “enfeitiçamento” de Henry Jones, que em 1657, em Shepton Mallet, no Oeste da Inglaterra, conseguiu elevar-se do chão e encostar as mãos no teto. Logo depois que Home parou de fazer suas apresentações, uma médium italiana igualmente famosa, chamada Eusapia Palladino, demonstrou ter a mesma capacidade de levitar. Ela, como Home, foi observada sob as mais estritas condições da pesquisa científica. Uma das experiências efetuadas consistia em ser mantida presa à uma cadeira por vários investigadores (os mais céticos de preferência), que a seguravam firmemente. Nessas ocasiões, os objetos valsavam pelo ar e uma vez a própria Eusápia flutuou. Uma mulher afável, oriunda de Nápoles, Eusápia se submeteu, com sucesso, a uma espécie de testes, durante anos. Infelizmente, numa experiência em que os investigadores lhe deram, deliberadamente, a oportunidade de fraudar. (eles haviam feito isto com Home). Era um teste como qualquer outro; ela o aproveitou. Por causa disto, a Socidade para Pesquisas Psíquicas de Londres desconsiderou todas as provas anteriores.

Os santos costumam levitar
Entre os 230 santos católicos que foram considerados como dotados de capacidade de levitar, muitos parecem, sem dúvida nenhuma, ter levitado mesmo. Teresa de Ávila foi canonizada pelo seu poder de levitar. Sua biografia oficial, escrita anda durante sua vida, registra a descrição que fez destes momentos em que, involuntariamente, se via suspensa no ar.
“Eu tinha a impressão, sempre que tentava opor alguma resistência, de que uma grande força abaixo de meus pés me impulsionava para cima... Confesso que tive medo, muito medo mesmo, no início. Conservei todas as minhas emoções à medida que observava meu próprio corpo sendo arrancado da terra. Eu sabia que estava flutuando e que meu espírito continuava no meu corpo. Depois que perdi o medo, o acontecimento se repetiu muitas vezes, devo dizer que frequentemente sinto meu corpo muito leve, como se tivesse perdido todo o peso, e nem sempre sei se meus pés estão ou não encostando no solo”.
São José de Copertino (1603 – 1663), ficou famoso por suas levitações. Um menino frágil de Apulia, Itália, ele passou a maior parte de sua adolescência tentando auto induzir um estado de êxtase, por meio de várias formas de autopunição, tais como a flagelação e a fome. Aceito aos 22 anos, com relutância, como padre franciscano, logo depois ele começou a experimentar êxtases durantes as preces após a missa e, nesses êxtases, passou a se elevar do chão, chegando até o altar. Com o tempo, a freqüência com que levitava era tão grande que as autoridades da Igreja começaram a se preocupar – enquanto o jovem padre parecia se deliciar cada vez mais com este novo acontecimento em sua vida. Na primeira vez em que esteve diante do Papa, ele se elevou mais de um metro do chão. Uma vez, um monge, andando ao lado dele, observou que Deus lhes havia concedido um belo dia; São José deu um grito de satisfação e voou até o topo de uma árvore.
Mais de cem destes acontecimentos foram testemunhados por teólogos antes que sua santificação posse proposta. Durante a maior parte de sua vida religiosa, seus superiores lhe pediam que orasse sozinho e não mais em congregações ou reuniões de qualquer tipo, pois seus vôos em êxtase eram extremamente perturbadores para todos os que os presenciavam.
Embora possa parecer hilariante a olhos modernos, esses acontecimentos são importantes simplesmente porque são verdadeiros. Pessoas eminentes, como a princesa Maria de Savóia e o rei Casemiro V da Polônia, testemunharam sob juramente terem experimentado o fenômeno da levitação. E, se o fenômeno podia ocorrer antigamente, não existe boa razão para que não possa ocorrer agora. De fato, os seguidores da meditação transcendental de Maharishi Mahesh Yogi, dizem que, após um curso de treinamento, todos eles são capazes de levitar voluntariamente. Um deles declarou ao Evening Standard, de Londres: A primeira vez que praticamos, ninguém levitou. Nós não estávamos conseguindo nos concentrar por causa dos instrutores que flutuavam pelo salão. Mas, gradualmente, fomos conseguindo sair do chão. A melhor posição para levitar é a posição de lótus, pois é comum os principiantes se machucarem ao retornar ao solo, devido à um “trem de aterrissagem” muito instável. É recomendável também usar uma espécie de colchão ou almofada de borracha ara amortecer o impacto da queda, que costuma ser muito forte no início. Os irmãos Wright, por exemplo, voltaram para o chão com muita força após seu primeiro vôo. Depois, lentamente, aprende-se a controlar melhor a descida e aí então a experiência se torna verdadeiramente fascinante”.
As barreiras para acreditar nessas descrições são as mesmas de sempre: é difícil acreditar, a menos que se veja com os próprios olhos e ainda assim o mais freqüente é afirmar que tudo não passa de um truque muito bem feito, já eu não existem explicações científicas para o fenômeno. É claro que a fraude existe, assim como existe a auto sugestão. Mas a maioria dos estudiosos que tem investigado a mais conhecida forma de levitação contemporânea - a praticada pelos místicos orientais – têm-se convencido de que alguns casos, pelo menos, são indubitavelmente genuínos. Nenhum deles, é claro, nega a existência de numerosos charlatães. John Keel, em seu livro Zadoo – no qual descreveu suas viagens pela Índia e pelo Tibete durante os anos 50 -, afirma que até um dos mais adorados homens santos não passavam de talentosos ilusionistas. Mas, afirma também ter presenciado levitações que não poderiam, de forma alguma, serem fraudes. Uma delas foi a do lama tibetano Nyang-Pas, que Keel descreve assim:
“O lama pressionou com uma das mãos um bastão de madeira de cerca e 1,20m de altura, apoiado no chão. Fez um certo esforço e depois lentamente foi subindo, subindo, até que se sentou no ar com as pernas cruzadas. Não havia nada atrás ou embaixo dele. Seu único apoio era o bastão, que parecia manter seu equilíbrio”.

A prova da fotografia
Tudo indica que a maioria dos orientais usa o bastão para levitar, e é comum enrolarem este bastão em um pano, por motivos rituais. Isso leva muita gente a afirmar que o truque está escondido no pano e nas roupas. Acontece que não pode existir um truque capaz de fazer alguém se elevar no ar de pernas cruzadas, pois implicaria um deslocamento impossível, por meios conhecidos, do centro de gravidade – e muitos orientais, com bastão enrolado e tudo, levitam de pernas cruzadas.
Explicação científica da levitação não há, mas há algumas provas convincentes da sua existência real. P. T. Plunkett, conta que conheceu, no sul da Índia, o iogue Subbayah Pullavar, que praticava a levitação há 20 anos e que era membro de uma família que fazia a mesma coisa há séculos.
“Era meio dia” – conta Plunkett, “o sol estava diretamente sobre Pullavar, de modo que não se pode alegar que a falta de luz foi responsável por qualquer engano, confusão ou ilusão. O iogue, de longos cabelos, bigodes caídos e olhar selvagem, e cumprimentou e ficamos conversando durante algum tempo. Ele inspirava confiança, mas eu não tinha motivo particular para me convencer de imediato. Então resolvi pedir permissão para fotografá-lo durante sua performance de levitação. E, para minha surpresa, ele concordou sem qualquer hesitação. Isto prova, no mínimo, que o que eu e todos vimos não era produto de uma ilusão hipnótica – uma teoria que e eu já havia ouvido a respeito dos dons de Pullavar. As fotos que Plunkett tirou foram publicadas no Ilustrated London News, junto com o texto onde ele descreve toda a performance, para a qual reunião umas 150 pessoas: “O iogue jogou água dentro de um círculo em torno da pequena tenda na qual a levitação começaria, sem ser vista pelo público. Não podia entrar no círculo quem estivesse usando sapatos de sola de couro. Alguns minutos mais tarde, a tenda foi removida e Pullavar estava levitando, em posição horizontal, apoiado levemente apenas sobre seu bastão envolto num pano. Tirei fotos de todos os ângulos e concluí que realmente não havia nenhum outro apoio além do bastão. Pullavar permaneceu no ar, em posição horizontal, durante aproximadamente uns quatro minutos, após os quais a tenda foi recolocada sobre ele, que voltou ao chão, também longa da vista do público”.
A tenda, porém, era fina e Plinkett pôde observar todo o processo da descida:
“Mais ou menos um minuto depois de a tenda ter sido recolocada, ele se moveu ligeiramente e começou a descer com suavidade, sempre em posição horizontal. Ele levou uns cinco minutos para descer de onde estava até o chão – uma distância de um metro, no máximo. É evidente que não havia intenção de me mostrar essa parte da performance, ou então ela teria ido mostrada a todo o público, mas também ninguém me impediu de ver. Quando ele finalmente chegou ao chão, seu assistente o levou até onde eu estava sentado e perguntou se eu gostaria de tentar flexionar suas pernas. Tentei, mas não consegui. Foram necessários uns cinco minutos de massagens e duchas de água fria para que Pullavar voltasse ao normal. Plnkett termina seu relato dizendo: “Assisti a essa demonstração várias vezes, algumas delas com amigos meus e estou convencido de que Pullavar não usa nenhum truque”.

As bruxas conheciam o segredo
Há alguns pontos comuns a todas as modalidades de levitação: elas duram pouco tempo e seus protagonistas flutuam por distâncias pequenas – alguns metros, no máximo. Dizem também, que levitar produz uma sensação muito semelhante à da projeção para fora do corpo, um fenômeno já bastante pesquisado, tanto do ângulo médico ortodoxo quanto do paranormal (há indícios de que uma pessoa em cada vinte tem potencialmente a capacidade de se projetar para fora do corpo).
Durante uma experiência fora do corpo, a pessoa tem a nítida sensação de que está longe de seu corpo físico, o qual ela de fato pode ver a uma certa distância. É comum essas experiência ocorrer com pacientes que vivem momentos críticos, entre a vida e a morte, depois de acidentes graves, ataques cardíacos, etc; ou durante situações de emergências durante cirurgias. Mas não só nestas circunstâncias. Muita gente experimenta esta a projeção para fora do corpo em circunstâncias totalmente normais e é capaz de se deslocar até lugares bastante distantes de onde está seu corpo, relatando tudo o que se passou, com toda a precisão, depois de retornar ao estado normal.
Os lamas tibetanos acreditam que a levitação é uma espécie de projeção para fora do corpo... dentro do próprio corpo. Isto talvez tenha alguma conexão com a velha lenda das bruxas que voavam montadas emcabos de vassouras, pois os lamas tibetanos, extraordinariamente podem levitar por longas distâncias. No mesmo universo se incluem as experiências que Carlos Castañeda viveu com seu Don Juan, o índio yaqui com poderes supernaturais. Sob a influência de alucinógenos, Castañeda descobriu que podia, inexplicavelmente, viajar pelo espaço numa distância de cerca de 700 metros. Falando disso dom Don Juan, Castañeda argumentou que não podia realmente ter voado, que só poderia ter voado na imaginação. E perguntava onde havia ficado seu corpo, de fato. Don Juan respondeu:
“Você acha que um homem não voa. E, no entanto, um brujo pode deslocar-se milhares de quilômetros em um segundo: ele pode infligir um golpe em seus inimigos a grandes distâncias. Então, o homem voa ou não voa”?
Mistérios e enigmas à parte, logicamente só pode haver duas causas para a levitação. É possível que uma decorra da outra: excepcional controle do corpo ou um deslocamento temporário das forças gravitacionais. Tudo indica que a primeira seja a causa preponderante. Daniel Dunglas Home, no fim da vida, era capaz de segurar pedras de carvão quentes sem se queimar, da mesma maneira que os orientais caminhantes do fogo conseguem andar sobre um tapete de brasas sem queimar a sola dos pés.
Alexandra David-Neel, uma pesquisadora francesa que passou quatorze anos no Tibete antes de publicar Místicos e mágicos do Tibete, em 1929, cita no livro vários exemplos de eremitas que conseguiam gerar um misterioso calor interior chamado tumo, através de um método semelhante ao da concentração iogue. O tumo lhes permite suportar temperaturas inferiores a zero grau, vestidos apenas com roupas de algodão leve.
A autora fala ainda de um lama que conheceu no Norte do Tibete. Ele se movia no espaço co movimentos tão belos como os do lendário bailarino Valslav Nijinsky, só que não corria nem pulava, mas se deslocava lentamente e lentamente atingia alturas incríveis, parecendo ficar imóvel lá no alto. Diz Alexandra: “Ele parecia ter a elasticidade de uma bola; cada vez que encostava no chão, voltava para o ar com impulso e leveza. Seus saltos tinham a regularidade de um pêndulo e desse modo ele percorria distâncias imensas, com o olhar fixo num objeto longínquo”.
Seja qual for a forma de levitação, da clássica – a elevação de um ser humano no espaço durante alguns minutos – ao balé do lama tibetano, não há dúvida de que existe um tipo de força capaz de cancelar a força da gravidade. Uma força mental. Qual exatamente, não se sabe. Muitas experiências psíquicas demonstram que o peso pode ser modificado pelo poder da mente. Daí para a anulação total do peso é apenas um passo.
Talvez o maior mistério da levitação seja porque ela não ocorre a um número muito maior de seres humanos e com muito mais freqüência. Por enquanto, o único consolo para nós, que não levitamos, são as palavras de D. D. Home: “Nunca senti medo, nem da primeira vez. No entanto, eu poderia ter-me machucado seriamente se tivesse despencado de um dos muitos tetos por onde andei”.